Defendendo o voto eletrônico nas eleições de 2022, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), fez críticas aos ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) a respeito do voto impresso, durante sua passagem pela Capital, nesta sexta-feira (9).
Dória fez esse comentário ao citar a ofensiva de Jair Bolsonaro contra o voto eletrônico, e e condenar os ataques do presidente ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luiz Roberto Barroso. As eleições de 2022 devem acontecer com o voto eletrônico. “Golpe é colocar dúvida sobre o processo eletrônico”, rebateu.
O governador de São Paulo ainda enfatizou o trabalho de auditoria independente que o PSDB fez sobre o resultado das eleições de 2014, em que Aécio Neves perdeu para Dilma Rousseff (PT), por estreita margem.
“Nas eleições de 2014, em que o Aécio Neves (PSDB) perdeu para então candidata do PT, Dilma Roussef, o partido fez auditoria nas urnas e não conseguiu comprovar nenhum indício de fraude. Não há nenhum risco em um país democrático de não acontecer eleições em 2022, temos uma população que respeita a constituição, os poderes regente e que não vai permitir que isso aconteça. Infelizmente as declarações feitas por Bolsonaro mostram a falta de amparo que ele tem da população, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional”, disse o tucano.
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Após os ataques feitos ao ministro Barroso nesta sexta-feira (9), o chefe do Executivo de São Paulo disse que o voto impresso seria um “enorme retrocesso para o Brasil”.
“Os ataques feitos foram agressivos e atacaram covardemente o Tribunal Superior Eleitoral e o Superior Tribunal Federal, além de ser incisivo nas falas falando sobre duas pessoas como Luís Barroso e Alexandre de Moraes. Ele demonstrou mais uma vez a sua incapacidade de governar e fala sobre impresso que é um enorme retrocesso para Brasil, digo ainda mais que golpe é criticar e colocar dúvidas sobre as eleições eletrônicas.”disparou Dória.
Os ataques
O mais recente ocorreu durante a conversa com eleitores na manhã desta sexta-feita (9), onde o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) votou a defender o voto impresso e auditável nas eleições em 2022, além de não poupar insultos ao Supremo Tribunal Federal.
“Fraude está no STF, o presidente (Luis Barroso) é um imbecil e deveria estar em casa”, disse Bolsonaro.
Antes das falas agressivas ao ministro Luis Barroso, o presidente disse na quarta-feira que se não houvesse voto impresso, não haveria eleições em 2022, deixando autoridades públicas impactads com a frase indicando um possível golpe de estado.
“Não tenho medo de eleições, entrego a faixa para quem ganhar, no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não ter eleições no ano que vem, porque o futuro de vocês que está em jogo”, finalizou o chefe do executivo.
Movimento voto impresso
A deputada Bia Kicis (PSL) protocolou em 2019, a proposta de Emenda à Constituição (PEC 135/19) que propõe de forma obrigatória “a expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas, de forma automática e sem contato manual, em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
A pauta reiterada integralmente por Bolsonaro acusa sem provas concretas a vulnerabilidade do Sistema Eleitoral Brasileiro e mesmo sendo considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal desde 2018, a proposta vem recebendo parecer favorável na tramitação feita pela Casa de Leis, apontando apenas mudanças no texto pelo relator da Comissão Especial, deputado federal Felipe Bastos (PSL).
Se chancelada no colegiado, a Emenda à Constituição será levada a plenário para votação, mas foi adiada após pedido de vista coletivo.
A Emenda à Constituição proposta por Bia Kicis (PSL) já foi testa em alguns estados brasileiros, em 2002, mas não foi bem avaliado pelos eleitores e trouxe um custo de R$250 milhões aos cofres públicos.
Em 2009, o Congresso aprovou também a proposta que pedia pelo voto impresso, mas a medida foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal quatro anos depois. Já em 2018, a ‘instauração’ do voto impresso foi considerada inconstitucional pelo STF.