Operação Hórus apreende 963 toneladas de drogas no MS e causa prejuízo de R$ 1,8 bilhão ao crime organizado

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou essa semana, por meio da Diretoria de Operações Integradas (DIOP), o balanço de dois anos da Operação Hórus em Mato Grosso do Sul, no período que compreende setembro de 2019 a agosto deste ano. A ação integra o Programa Vigia, do Governo Federal.

Conforme o balanço, neste período foram apreendidas em Mato Grosso do Sul, pelas forças estaduais e federais de segurança, 963,3 toneladas de drogas, mais de 42 milhões de maços de cigarros, 3.020 veículos, 24,9 mil celulares e 436 armas.

Segundo o Ministério da Justiça, a Operação Hórus provocou um prejuízo estimado de R$ 1,8 bilhão ao crime organizado e evitou que o poder público tivesse um prejuízo superior a R$ 201 milhões, com o contrabando e o descaminho, por exemplo.

As maiores apreensões de drogas da Operação Hórus aconteceram em agosto de 2020, quando as forças de segurança apreenderam 92,7 toneladas de entorpecentes e em julho deste ano, quando foram interceptados no Mato Grosso do Sul 87,6 toneladas de narcóticos. Os dados do MJSP mostram ainda que todos os dias são apreendidas drogas no Estado, principalmente na região de fronteira, com média de 1,3 toneladas/dia, o que equivale a 40,1 toneladas mensais.

Dos mais de 3 mil veículos apreendidos em Mato Grosso do Sul durante as ações da Hórus, a grande maioria ou estava carregada com entorpecentes, usados pelos batedores que vigiava as estradas para os traficantes ou tinham relações com esses criminosos.

O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, afirma que a Operação Hórus vem contribuindo sobremaneira para o robustecimento do enfrentamento às organizações criminosas e crimes transfronteiriços, à medida que custeia ações na região de fronteira com o Paraguai e a Bolívia e também nas divisas dos estados, como Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

“Nós comemoramos os resultados da Hórus, dentro do Programa Vigia, ela robustece o policiamento para a população do Mato Grosso do Sul, fortalece as ações de enfrentamento ao tráfico, mas há de se ter também uma atenção para os produtos dessa excelência na segurança pública, mormente o que diz respeito ao sistema penitenciário e aos veículos apreendidos”, destaca Videira.

Mais 1.809 vagas prisionais

Conforme dados do Cadastro Nacional de Presos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Mato Grosso do Sul tem hoje, per capta, a maior taxa de encarceramento do Brasil, com índice de 834,6 presos por 100 mil habitantes. A maioria deles, cumprindo penas por tráfico de drogas.

“Mato Grosso do Sul colabora não apenas com a sua população, mas também com aquelas de outros estados e países, que teriam como destino todo o produto ilícito apreendido aqui. Porém, é importante observar que o Mato Grosso do Sul acaba ficando em seu sistema penitenciário com o produto das ações, que são os presos, e aí uma atenção também especial do Governo Federal para com o sistema penitenciário do Mato Grosso do Sul”, explica o secretário de Segurança.

Recentemente o Governo do Estado inaugurou em Campo Grande, no Complexo da Gameleira, duas novas unidades prisionais masculinas, que juntas somam 1.206 novas vagas. Uma terceira penitenciária feminina, com 603 vagas, está sendo erguida na Gameleira e deve ser inaugurada no próximo ano. Os investimentos nas novas unidades são do Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça, com contrapartida do Governo do Estado.

Ao todo foram investidos quase R$ 55 milhões para gerar 1.809 novas vagas no sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul.