Deputados de MS querem investigação de Paulo Guedes em escândalo das offshores

Os deputados federais de Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira (PDT-MS) e Fábio Trad (PSD-MS), se posicionaram a favor de uma investigação contra o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Guedes e Neto foram acusados de manter empresas em um paraíso fiscal e garantirem milhões ao longo dos últimos anos.

Para o pedetista, a revelação explicaria muita coisa. Ele pediu intensa investigação sobre o episódio e celeridade à Câmara dos Deputados.

“Muita coisa se explica, não? Vamos tomar providências na Câmara, isso precisa ser investigado a fundo”, disse Dagoberto.

Já Trad ressaltou que manter uma empresa fora inviabiliza a capacidade de estar no comando do Ministério da Economia. Na visão do parlamentar, “a situação fica insustentável eticamente”.

“Se mantém empresa, não pode ser Ministro de Estado. Se mantém empresa fora do país, aí é que não pode mesmo. Se mantém empresa fora do país em regime de tributação diferenciada (offshore), a situação fica insustentável eticamente, afinal se trata do Ministro da Economia”, declarou nas redes sociais.

Offshores

A investigação de jornalistas apontou que integrantes do governo, banqueiros e até empresários criaram e mantêm empresas funcionando nos considerados “paraísos fiscais”, livres de declarações à Receita Federal.

No Brasil, a investigação batizada como Pandora Papers foi feita pela Revista Piauí, pela Agência Pública e pelos sites Poder360 e Metrópoles.

Todos os envolvidos fundaram a Dreadnoughts International, nas Ilhas Virgens Britânicas e a Cor Assets S.A., no Panamá.

Segundo a reportagem, Paulo Guedes conta com uma empresa ativa e tinha, há cinco anos, um patrimônio que rondava os US$ 9,5 milhões, enquanto o presidente do Banco Central, que havia declarado esta e outras empresas no exterior em sabatina no Senado, fechou a companhia no ano passado.

Embora manter offshores não seja ilegal, caso os valores sejam declarados à Receita Federal, um artigo do Código de Conduta da Alta Administração Pública proíbe autoridades públicas de investirem em bens “cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental” a respeito da qual o funcionário tenha “informações privilegiadas, em razão do cargo ou função”.

Com informações do site Topmidianews!