As chuvas contribuíram para cessar os grandes incêndios florestais no Pantanal – na terça-feira, apenas três focos de calor foram detectados na região de Corumbá, que concentra uma das maiores áreas do bioma -, contudo os investimentos do Governo do Estado na prevenção e combate aos desastres ambientais foram determinantes para o controle de uma situação alarmante e agravada pela seca prolongada.
“Nunca na história de Mato Grosso do Sul se investiu tanto na preservação e no combate aos incêndios florestais”, afirma o coronel Hugo Djan Leite, comandante-geral do Corpo de Bombeiros. “Contra números não há argumentos. Foram mais de R$ 56 milhões de investimentos na reestruturação da nossa corporação, investimentos esses que também reconhecem o valor do bombeiro na preservação de vidas”, acrescenta.Enquanto avançavam os processos licitatórios para aquisição de novos equipamentos, entre os quais aeronaves especializadas de combate aos incêndios e viaturas, o Governo do Estado lançou ainda em maio, antecipando o período crítico do clima seco e baixa umidade do ar, um plano estratégico de prevenção aos desastres naturais. Foram levantadas as áreas de maior incidência e capacitados os funcionários das fazendas como brigadistas.
Maior eficiência no controle
“As dificuldades enfrentadas em 2020 foi um processo de aprendizado, onde o governo identificou alguns problemas, dentre os quais a ausência de contingente”, observa Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar.
“De imediato – continua -, o governador Reinaldo Azambuja autorizou a incorporação de mais 150 homens no Corpo de Bombeiros e, num segundo momento, iniciamos a capacitação do pessoal e adequações na parte operacional com a aquisição de novos equipamentos”.
Com a reestruturação da corporação, segundo o secretário, o Estado ganhou um nível de eficiência ainda maior, atuando principalmente na prevenção.
“Contamos com vários parceiros, como a prefeitura de Corumbá, mas principalmente os produtores rurais, com ações de educação ambiental na questão do uso do fogo, e na responsabilização criminal”, aponta o titular da Semagro. “Esse conjunto de fatores, com certeza, favoreceram a redução e controle dos índices de incêndio.”
Operação Hefesto: em alerta
Verruck anunciou que, até o fim do ano, Mato Grosso do Sul estará recebendo uma aeronave do modelo Air Tractor, capacitado para lançamento de água nos focos de calor, que vai compor a estrutura do Corpo de Bombeiros a partir de 2022. A aquisição do avião faz parte do pacote de investimentos de R$ 56 milhões. Outros equipamentos, como viaturas, já foram licitados.
Em visita a Corumbá, na terça-feira (26), acompanhado do secretário-adjunto Ricardo Senna e do diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), André Borges, o secretário visitou a Sala de Situação do Corpo de Bombeiros, onde são monitorados os focos de calor e deflagra a Operação Hefesto, em atividade desde maio. A sala funciona no 3º Grupamento da corporação.
A Hefesto não tem data para ser encerrada, mantendo a tropa em alerta. Apenas os aviões Air Tractor foram desmobilizados, momentaneamente. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Djan, informou que a operação já mobilizou mais de 700 homens, 12 aeronaves e 100 viaturas. “Reduzimos em 60% a área queimada e aumentamos em 87% o número de ocorrências”, disse.