O humorista, apresentador de televisão, escritor, dramaturgo, diretor teatral, ator e músico brasileiro José Eugênio Soares, mais conhecido como Jô Soares, morreu aos 84 anos, às 3h desta sexta-feira (5.ago.22). Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo desde 25 de julho deste ano para tratar uma pneumonia.
Flavia Pedra Soares, ex-esposa do artista, disse que ele estava “cercado de amor e cuidados” e informou que o funeral será restrito para família e amigos próximos.
Jô apresentou de 1988 a 1999 o programa “Jô Soares Onze e Meia no SBT” e de 2000 a 2016 o “Programa do Jô na TV Globo”.
“Aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”, escreveu Flavia.
Jô era carioca e seu bordão mais conhecido era: “Um beijo do gordo”, que repetia sempre ao final de cada programa.
Há 20h Jô compartilhou sua última mensagem de sabedoria no Twitter. O veterano escreveu: “Não é necessário mostrar beleza aos cegos, nem dizer verdade aos surdos. Mas não minta para quem te escuta e nem decepcione os olhos de quem te admira”.
A ex-esposa de Jô citou alguns apelidos dos quais costumavam chamar o artista: “Viva você meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo. Obrigada para sempre, pelas alegrias e também pelos sofrimentos que nos causamos. Até esses nos fizeram mais e melhores. Amor eterno, sua, Bitika”, finalizou.
CARREIRA
Jô nasceu em 16 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. Ele trabalhou nas emissoras Continental, TV Rio, Tupi, Excelsior, Record, SBT e na Globo.
Depois dos programas voltados ao humor, o artista iniciou sua carreira como apresentador no SBT, com o programa “Jô Soares Onze e Meia”, que foi ao ar entre 1988 e 1999. Logo em seguida, em 2000, estreou, na TV Globo, o talk-show mais famoso do país: o “Programa do Jô”, que ficou no ar por 16 anos.
Antes de se tornar referência como apresentador de um programa de tal-show, Jô já havia se destacado por ser um dos principais comediantes da história do Brasil. Ele participou de programas que marcaram a história, como “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981).
O artista também escreveu cinco livros.
NESTE LINK “AQUI” TODOS OS PROGRAMAS DO JÔ.
DESPEDIDAS
A morte de Jô foi lamentada por artistas nas redes sociais. A apresentadora Adriane Galisteu postou: “Meu Deus o mundo sem você…. Meu amado amigo , diretor, conselheiro , vizinho que tristeza… você sempre foi cercado de amor e sempre será assim ! Vou seguir te aplaudindo e através de suas obras aprendendo com vc! Obrigada por tantas risadas , tantas conversas por todos os ensinamentos”.
A também apresentadora Ana Maria Braga foi outra que também fez sua homenagem ao artista. “Eu tive a honra de conhecer e conviver com esse jornalista e humorista tão talentoso e querido de todos nós. Hoje o dia amanheceu mais sem graça. Vá em paz meu amigo!”, escreveu ela.
Zélia Duncan, cantora, compositora e escritora disse: “O Brasil perdeu hoje um artista único, um comediante que amava seu ofício acima de tudo, um ator fora de série. Um entrevistador brilhante. Um cidadão que amava seu país e seus amigos. Jô Soares, obrigada por tanto!”.
A Deputada federal PT-DF Erika Kokay escreveu: “O dia amanheceu mais triste com a partida de Jô Soares. Um humorista sagaz, inteligente e genial que amou seu país e fez do riso crítica e instrumento de transformação. Toda minha solidariedade aos amigos e familiares. O Brasil se despede de um ícone!”.