Vanusa Roberto, 25 anos, suspeita de matar o padrasto, Maikon da Silva, atropelado, na noite de domingo (22), no Rancho Alegre, recebeu apoio de amigas, nas redes sociais, em Campo Grande. O motivo é que ela teria agido para se vingar das agressões sofridas pela mãe.
No entanto, a Polícia Civil classifica o homicídio como motivo fútil e sem chances de defesa à vítima.
Os comentários foram feitos no perfil de Vanusa, no Facebook, em um post antigo que ela fez. Após saberem do crime, alguns internautas comentaram na postagem e elogiaram a vingança da enteada contra o padrasto agressor.
Uma jovem foi a primeira a escrever e disse: ”Tem toda a minha admiração”. Ao menos outras cinco pessoas publicaram: ”tem meu respeito”.
”Braba demais, mulherão da porr@”, exclamou outra amiga de rede social. Algumas jovens usaram a expressão ”passar pano”, que significa justificar algo condenável, feito por outra pessoa e comentaram:
”Meu pano é rosa”. Outra escreveu: ”meu pano é azul com glitter”, brincaram as mulheres nas postagens.
Somente um dos 35 comentários sobre o tema criticou o ato da enteada. ”Vai gastar o que não tem para se livrar da cadeia”, disse um rapaz. No entanto, outra mulher ponderou: ”Da cadeia a gente sai um dia, mas do túmulo não”.
Outra internauta também respondeu ao rapaz que criticou Vanusa.
”Mas na mãe dela, filho da put@ nenhum mais encosta a mão… ”, desabafou. Ao que ele retrucou: ”Só falta a viúva arrumar outro [igual ao agressor]”.
Sumida
Vanusa Roberto está sumida desde o dia do atropelamento. O caso é considerado, pelo delegado Fabrício Dias, como homicídio qualificado por motivo fútil.
”Se for esse o motivo [de se vingar pelas agressões sofridas pela mãe] é muito desproporcional”, refletiu Dias. ”E também por não dar direito de defesa à vítima. Ele estava de cócoras… ”, completou Fabrício.
Tragédia familiar
No final da tarde de domingo (22), a namorada de Maikon, contou que ele a agrediu e, inclusive tentou matá-la enforcada, em uma residência no loteamento Rancho Alegre.
Ainda conforme apurado, a filha dela, Vanusa Roberto, 25 anos, soube das agressões e saiu à procura do padrasto, pelas ruas do bairro.
A suspeita estava em um Corsa, com placas de Coxim, e acessou a Avenida Afluente pela contramão. Ela visualizou o padrasto sentado na calçada de uma conveniência, bebendo. A jovem então subiu a calçada, propositalmente, e jogou o carro contra Maikon.
Não satisfeita, disse o boletim de ocorrência, Vanusa dá marcha a ré e mais uma vez avança com o carro e prensa Silva contra a parede. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, em estado grave, inclusive com esmagamento de crânio e levado à Santa Casa, onde faleceu na manhã de segunda-feira (23).
A suspeita do atropelamento e morte tentou fugir com o carro, mas o veículo estragou e então ela saiu a pé e não mais foi encontrada. Ela estava acompanhada de uma garota, que não foi identificada.
A namorada de Maikon contou que não acionou a polícia ou registrou ocorrência em relação à violência doméstica.
O caso é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia, no Tijuca.