Afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) há quase 30 dias, por decisão do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), Ednaldo Rodrigues está de volta ao cargo.
A decisão foi efetuada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que suspendeu a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Segundo documentos detalhados pela Folha de São Paulo, o magistrado concluiu que a anulação da entidade e do Ministério Público Federal (MPF) eram inconstitucionais e poderiam expor a CBF a graves consequências no funcionamento do futebol do país.
Ainda de acordo com o magistrado, relatou que a intervenção judicial sobre a CBF poderia incitar a aplicação de sanções pela Fifa (Federação Internacional de Futebol), que rechaça a interferência de terceiros na gestão de confederações e associações.
De volta ao poder
Ednaldo Rodrigues foi destituído da presidência da CBF em 7 de dezembro do ano passado. Ele chegou ao poder da entidade após o afastamento do antecessor, Rogério Caboclo, alvo de denúncias de assédio contra funcionárias da entidade.
Antes de ser efetivado ao cargo, Ednaldo firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro, que facilitou o caminho para efetivação ao cargo.
Alguns dos vice-presidentes da confederação na gestão Caboclo, ficaram incomodados e questionaram a validade do acordo, relatando a ilegalidade do processo. Ao analisar o caso, o tribunal fluminense considerou que o Ministério Público não tinha legitimidade para ajuizar o acordo.
CBF seria prejudicada
Conforme a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes, a decisão de retornar Ednaldo Rodrigues ao cargo é legítima e que o caso poderia causar prejuízos incalculáveis no âmbito esportivo.
Ao analisar eventuais riscos causados pela decisão da corte estadual, Gilmar destaca que o prazo para a inscrição da seleção brasileira de futebol no torneio classificatório para as Olimpíadas de Paris, se encerraria na próxima sexta-feira. A Seleção tinha enormes chances de ficar de fora do campeonato.
A suspensão da Justiça do Rio de Janeiro será mantida até que “o Supremo Tribunal Federal se manifeste definitivamente sobre a interpretação constitucionalmente das normas impugnadas”.