O técnico Tite procurou blindar Neymar da avalanche de críticas que o craque tem recebido desde que se iniciou a disputa da Copa do Mundo. Tido como um jogador que a todo o momento simula faltas para o seu benefício e na tentativa de desestabilizar seus adversários, o camisa 10 foi defendido pelo treinador da Seleção Brasileira.
Até mesmo nomes importantes do futebol mundial reprovaram a postura de Neymar dentro de campo. Eric Cantona chegou a pedir para que o jogador parasse de trapacear. Mais recentemente, foi a vez de Fabio Capello, ex-técnico do Milan, Real Madrid e seleção inglesa, dizer que o comportamento do atacante do Paris Saint-Germain precisava ser corrigido.
“Capello, para ti, de técnico para técnico: foi pênalti, tá? Foi pênalti! Só. O árbitro estava a cinco metros de distância”, pontuou Tite antes de comentar sobre o nível que Neymar se encontra atualmente após a lesão que o deixou de fora dos gramados por três meses.
“O Neymar só está nesse estágio de recuperação porque ele é um jogador fora dos padrões normais. Caso contrário, não estaria nesse nível de agora. Não vim aqui para defender ninguém, tanto é que quando ele foi muito bem contra a Croácia pedi calma. Se vocês pegarem o mapa de calor dele no jogo contra a Suíça e contra a Costa Rica, as jogadas tanto por fora, quanto por dentro aumentaram consideravelmente”, prosseguiu Tite.
Por fim, o treinador da Seleção Brasileira evitou associar o choro de seu jogador com um suposto desequilíbrio emocional. Tite usou um exemplo próprio, relembrando o início de sua trajetória à frente do time canarinho, para minimizar as reações de Neymar após o fim do tenso confronto com a Costa Rica.
“No primeiro jogo contra o Equador, o Tite chorou. O Tite chorou. Quando liguei para a minha esposa, chorei de alegria, de satisfação, de prazer, de orgulho pelo fato de a gente ter feito um grande jogo em um momento de extrema pressão. Tenho muito cuidado em associar situações, estou mostrando o outro lado, o lado de quem é técnico e também tem emoções”, comentou.
“Há o momento do gelo, da calma, de manter o padrão. O que é manter o padrão? É fazer o gol aos 90 minutos do segundo tempo do jeito que a equipe está acostumada a jogar. A produção, principalmente no segundo tempo, nesse quesito emocional, me deixa muito contente. A equipe não abriu mão da sua ideia”, concluiu.
Fonte: Gazeta Esportiva
Foto: Pedro Martins/MoWAPress