A receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul apresenta crescimento de 26% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Enquanto de janeiro a junho de 2017, o montante somou US$ 1,39 bilhão, nos primeiros seis meses de 2018 esse valor totalizou US$ 1,75 bilhão.
Na avaliação apenas do mês de junho deste ano comparado com junho do ano passado, o aumento foi de 32%, saltando de US$ 246,76 milhões para US$ 325,16 milhões. De acordo com a avaliação do coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, esse foi o melhor resultado para o mês de junho dos últimos quatro anos em Mato Grosso do Sul.
Em relação ao volume, no ano, as exportações de industrializados sul-mato-grossenses registram alta de 17%, enquanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 48% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, sendo que no acumulado do ano essa participação ficou em 58%.
“De janeiro a junho, os principais destaques ficaram por conta dos grupos Celulose e Papel, Complexo Frigorífico, Extrativo Mineral, Óleos Vegetais, Açúcar e Etanol e Couros e Peles, que, somados, representaram 98,2% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior”, informou o economista.
Principais grupos
No caso do grupo “Celulose e Papel”, a receita no período avaliado foi de US$ 968,22 milhões, crescimento de 93% no semestre comparado com a somatória de janeiro a junho de 2017, dos quais 98% foram obtidos apenas com a venda da celulose (US$ 944,3 milhões), tendo como principais compradores China, com US$ 529,7 milhões, Itália, com US$ 103,4 milhões, Holanda, com US$ 74,6 milhões, Estados Unidos, com US$ 64,1 milhões, e Coreia do Sul, com US$ 26,9 milhões.
“Em uma análise sobre o setor de papel e celulose, o BB Investimentos mostra otimismo com a indústria, principalmente devido à forte demanda na Europa e na China, especialmente para celulose de fibra curta”, destacou Ezequiel Resende.
Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida na soma de janeiro a junho deste ano foi de US$ 421,5 milhões, uma redução em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que 33,2% do total alcançado são oriundos das carnes bovinas desossadas congeladas, que totalizaram US$ 140 milhões, tendo como principais compradores Hong Kong, com US$ 88,2 milhões, Chile, com US$ 62,8 milhões, Arábia Saudita, com US$ 31,4 milhões, China, com US$ 31,2 milhões, e Irã, com US$ 24,5 milhões.
“A baixa quantidade de carne embarcada no mês passado pode estar atrelada à greve dos caminhoneiros no fim de maio, que impediu que cargas saíssem dos frigoríficos e entrassem nos portos. Além disso, o preço da tonelada da carne brasileira em patamar recorde também pode ter limitado as compras por parte de alguns países, já que reduz a competitividade da proteína nacional”, ressaltou o economista.
Outros grupos
O grupo “Extrativo Mineral” aparece em terceiro com melhor desempenho, tendo uma receita de US$ 124,6 milhões no período analisado, aumento de 33% comparado com a somatória de janeiro a junho do ano passado, sendo que 80,1% desse montante foi alcançado pelos minérios de ferro e seus concentrados, que somaram US$ 76,8 milhões, tendo como principais compradores Argentina, com US$ 66,3 milhões, e Uruguai, com US$ 53,8 milhões.
“Investimentos em minério de ferro vinham desacelerando nos últimos anos, refletindo a sobre oferta global e consequentemente, preços menos atrativos. Mesmo assim, a produção global será crescente com a entrada de projetos na Austrália e aceleração da produção no Brasil. Preços de minério de ferro neste ano devem ficar em torno de US$ 65 a tonelada. O preço, portanto, ficará abaixo da média registrada em 2017, de forma a equilibrar aceleração da demanda mundial e a expansão da produção”, detalhou Ezequiel Resende.
Para o grupo “Óleos Vegetais”, apresenta receita de US$ 97,3 milhões nos seis primeiros meses deste ano, um crescimento de 86% na comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para farinhas e pellets, que somaram US$ 66,7 milhões, tendo como principais compradores Tailândia, com US$ 42,6 milhões, Indonésia, como US$ 21,1 milhões, Vietnã, com US$ 11,2 milhões, Holanda, com US$ 7,5 milhões, e Espanha, com US$ 6,2 milhões.
“Neste ano, a demanda pela soja brasileira aumentou com a quebra na safra de soja da Argentina e a disputa comercial entre Estados Unidos e China. Contudo, após o pico de embarques em maio, o volume exportado começou a diminuir. As exportações do País também foram prejudicadas pelos atrasos causados pela greve dos caminhoneiros e pela indefinição sobre a tabela de fretes”, pontuou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
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