Vídeo a qual o Dourados News teve acesso mostra que Douglas Sarat de Moraes, 18, foi mais uma vítima do “tribunal do crime” na guerra envolvendo facções criminosas em todo o país. O jovem, encontrado morto na manhã de domingo em uma estrada ligando os bairros Estrela Verá e Jardim Guaicurus, em Dourados, estava com as mãos e os pés amarrados, veja vídeo aqui.
Nas imagens, ele é obrigado a dizer para que membros do Comando Vermelho – originária dos morros do Rio de Janeiro – não se desloquem ao Mato Grosso do Sul, sob ameaça de morte por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
“Meu nome é Douglas, sou de Dourados. Corri pelo lado do CV [Comando Vermelho] eu e mais uns caras. Estávamos fazendo uma casinha para matar os PCC aqui de Dourados, mas, não vai dar não. O PCC é muito forte, quem comanda aqui é o PCC, e é isso. Todos têm que seguir o PCC, maior grupo do mundo. Aviso para vocês do CV que estão vindo para Dourados, Campo Grande e que estão aqui, sair vazado ou rasgar a camisa. Quem vai dominar é o PCC, Primeiro Comando da Capital. Nós somos simpatizantes do CV e caímos na mão do PCC agora. O PCC chegou chegando, rasgando tudo… Vocês dão tchau para o trem e é isso”, conta o rapaz.
O rapaz acabou executado com tiro na cabeça que transfixou o rosto e jogado na via. Seu corpo foi encontrado por populares que passavam pelo local.
Não é a primeira
Essa não é a primeira vez que o caso ocorre em Dourados. Em março, na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Divino Ferreira, aparece em vídeo também numa espécie de depoimento antes de ser morto por membros de facção criminosa rival a dele.
Nas imagens, o rapaz alega ter sido simpatizante do Comando Vermelho – organização criminosa com origem no Rio de Janeiro – pouco antes de morrer.
“Meu nome é Divino Ferreira, baleei duas crianças e uma senhora, fui simpatizante do Comando Vermelho [surge uma voz ao fundo dizendo ‘oposição’] e hoje venho deixar recado para todos do estado do MS, que quem está aqui é o PCC, mandando recado para os “coisa brava” da oposição”, disse.
Em seguida ele cita alguns apelidos que teriam relação a facção rival. “Cabeça de porco, Chiquinho, Paulo Maconha, Diego Tripa, quem manda aqui é o PCC”, contou.
Continuando o ‘depoimento’, ele recebe a confirmação de seu assassinato. “Vai morrer que nem eu, se eu morrer é porque eu fui simpatizante da oposição”, disse e no mesmo momento é interpelado por outra pessoa que participa da ação. “Você vai morrer!”.
No final, o interno é obrigado a mandar recado para aqueles ‘iniciantes do crime’, os mandando ficar ao lado do PCC.
Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News