Campo Grande já teve 9.355 acidentes desde o início do ano até o dia 19 de dezembro de acordo com levantamento do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (Bptran), destes 4.819 com vítimas. Até ontem 82 pessoas morreram no trânsito este ano. Durante todo o ano passado foram 70 mortes, porém com mais acidentes, um total de 8.682 também entre janeiro e novembro. Apesar do aumento de vítimas fatais, o ano de 2018 registrou o menor índice de acidentes de trânsito desde 2014, de acordo com a Bptran.
Ontem o investigador de polícia, Reginaldo Nascimento, 48 anos, morreu após ser fechado por um Fiat Uno, na Avenida Mato Grosso. O motorista do automóvel estava na faixa do meio e tentou fazer a conversão para a rua Alagoas.
Enquanto os três maiores causas de acidentes são dirigir em alta velocidade, conduzir sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e trafegar na contramão, outros motivos também estão entre os dez mais comuns e chamam atenção das autoridades. Problemas na infraestrutura urbana estão no ranking das maiores causas de acidentes de trânsito em Campo Grande.
“Em seguida no ranking dos motivos estão os pedestres, não respeitar o pare, dirigir alcoolizado, manobra inadequada, falta de percepção do tráfego à frente. E em nono lugar situações ligadas a infraestrutura, como iluminação inadequada, buracos e tudo que diz respeito a isso. Em décimo está o desvio de direção”, explicou o tenente-coronel Franco Alan Amorim, comandante da Bptran.
O comandante alerta para os casos onde pelo menos dois dos motivos estão presentes. Foi o que aconteceu no acidente que matou a motociclista Natália de Mato Farias, 34 anos, na noite de 4 de novembro. Ela seguia pela Avenida Duque de Caxias, quando no cruzamento com a Rua Jamil Nahas, não teria notado a presença da rotatória, bateu no meio-fio e foi jogada contra um coqueiro. Com o impacto, Natália, que morava em Terenos com a família e seguia para o município no momento do acidente, não resistiu e morreu no local.
Moradores da região denunciaram que o acidente ocorreu por falta de iluminação adequada, impossibilitando que os condutores vissem a rotatória, mas para a Bptran o motivo do acidente foi excesso de velocidade da condutora. “Todos os acidentes que ocorrem mortes, fazemos um estudo para identificar o motivo. Naquele caso foi excesso de velocidade. Mesmo com a iluminação deficiente, se a condutora estivesse trafegando na velocidade compatível a via, é improvável que tivesse resultado em óbito”, explica o comandante.
COMUM
Mas os problemas de iluminação deficiente e até inexistente em vias espalhadas por toda a cidade são recorrentes. Em nota, a prefeitura informou que mantém 20 equipes atuando na manutenção da iluminação pública, responsáveis pela substituição de 8 mil lâmpadas por mês na cidade. O trabalho é feito com base nas “reclamações encaminhadas pelo número 156 e a partir do levantamento de rotina”.
Porém a prefeitura reconhece as falhas na iluminação e atribui a situação as ocorrências de furto de fiação subterrânea, especialmente nas avenidas, o que “tem sido um fator determinante para que ainda hajam pontos localizados de apagão na iluminação pública”. O problema é “recorrente”, de acordo com a administração municipal e a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) “tem buscado apoio das autoridades policiais para que coíbam a ação dos ladrões e receptadores”.
Fonte: Correio do Estado
Foto: Valdenir Rezende