O deputado estadual e ex-deputado federal, Marçal Filho, é citado no inquérito que será aberto, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar se o ex-deputado federal Eduardo Cunha comprou votos de outros deputados em 2014 para se eleger, em 2015, presidente da Câmara dos Deputados.
De acordo com o G1 Política, o relator da Operação Lava Jato no STF, Luiz Edson Fachin, determinou a abertura de inquérito. As informações sobre possíveis irregularidades na eleição foram reveladas na delação premiada do ex-executivo da J&F Ricardo Saud.
A decisão de Fachin foi assinada na semana passada. Nesta segunda-feira (18) o caso deve ser encaminhado para a Presidência do STF decidir sobre se deve ir para um novo relator.
Segundo informações do G1, 18 estariam envolvidos na investigação sendo eles o próprio Eduardo Cunha; três deputados federais Carlos Bezerra (MDB-MT), Mauro Lopes (MDB-MG) e José Priante (MDB-PA) e 14 políticos que não tinham foro no cometimento dos supostos crimes ou que tinham cargos diferentes do que exercem agora – Newton Cardoso Júnior, Soraya Santos, Vital do Rêgo, Fernando Jordão, Geraldo Pereira, Manoel Júnior, Henrique Alves, Leonardo Quintão, Saraiva Felipe, João Magalhães, Toninho Andrade, Alexandre Santos, Sandro Mabel e Marçal Filho.
Eleito em 2010 com 60.957 votos, Marçal era deputado federal em 2014 porém não conseguiu se reeleger e no pleitoo do mesmo ano teve apenas 39.852, ficando como suplente. Hoje eleito deputado estadual pelo PSDB, nos pleitos de 2010 e 2014 o parlamentar era filiado do MDB.
Procurado pelo Correio do Estado, o deputado nega envolvimento em supostas irregularidade para eleger Eduardo Cunha como presidente da Câmara dos Deputados em 2015 e justifica ainda que não faz sentido uma vez que ele não foi reeleito. “Depois que teve eleição, em outubro, e eu perdi a eleição ninguém tem interesse na gente. Não tinha voto em participação, articulação, para eleger fulano ou ciclano. Lógico que eu nego, não tem sentido. Eu não tinha voto, como ia influenciar alguém. Não tem nenhum sentido”.
INVESTIGAÇÃO
Conforme o G1, o ministro levou em consideração a decisão do Supremo que restringiu o foro privilegiado a atos ocorridos no cargo e que tenham relação com a função – suspeitas durante a eleição, por exemplo, são consideradas fora do mandato.
De acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), o grupo recebeu R$ 30 milhões no ano de 2014 para que Eduardo Cunha fosse eleito “para fazer contraponto à então presidente Dilma Rousseff”.
Conforme a delação, o dinheiro teria sido repassado por doações oficiais, entregas em dinheiro vivo, e emissão de notas fiscais frias, sem a prestação do serviço.
Eduardo Cunha está preso no Rio de Janeiro, no presídio de Bangu. Ele foi preso em outubro de 2016 por ordem do então juiz federal Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, e ficou mais de dois anos no Paraná.
Uma apuração sobre tema parecido está em andamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, conforme a PGR, e por isso os políticos sem foro devem responder naquele tribunal. Para a PGR, apenas os três parlamentares devem responder no Supremo.
Com informações do Correio do Estado!