Nova lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que permite o uso do celular durante abastecimento em postos de combustíveis no Estado tem provocado serias preocupações entre os empresários do setor e especialistas em segurança do trabalho. A lei que foi publicada no Diário Oficial na última sexta-feira (7) é de autoria do deputado Paulo Corrêa (PSDB).
O gerente executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Lubrificantes e Combustíveis (Sinpetro), Edson Lazaroto, afirma que o setor ficou bastante preocupado com essa liberação, pois se trata de um segmento que mexe com inflamáveis. ”Qualquer atrito próximo às bombas, devido aos gases, tragédias podem acontecer como já ocorridas em outros estados”, disse.
Ainda de acordo com o gerente, quando o cliente chega ao posto é pedido que ele desligue o celular. ”Eu não sei tecnicamente no que foi embasada essa liberação. Eu comuniquei a assembleia, ate mandei foto de alguns fatos que aconteceram em outros estados, mas mesmo assim fomos vencidos. Realmente o setor ficou muito preocupado com essa liberação, mas infelizmente é uma lei”, encerrou.
Andressa Nasra, Engenheira de Segurança do Trabalho, divide da mesma opinião e acredita que por ser uma área de risco, por conter gases inflamáveis, qualquer carga estática pode gerar o risco de explosão. ”Não me recordo de algum caso, mas em minha opinião, em especifico, em postos de combustíveis todo cuidado é pouco”, comentou.
A engenheira considera que não deveria ser liberado no pátio de abastecimento, ou quando está tendo reposição do caminhão tanque. ”A própria NR 20 {norma regulamentadora que tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a gestão de segurança e saúde no trabalho} é clara que temos que diminuir ou eliminar o risco da emissão de vapores e controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática”, finaliza.
A Lei é de autoria do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Paulo Corrêa e permite o uso de aparelho celular em postos de combustíveis, o que era proibido. O presidente alega que o uso dos aparelhos eletrônicos, em especial o celular, é praticamente indispensável nos dias atuais.