O primeiro sábado de comércios fechados, por conta do decreto da Prefeitura de Campo Grande para evitar a transmissão do novo coronavírus (Covid-19), a rua 14 de Julho amanheceu vazio, uma manhã atípica para quem está acostumado com o grande movimento do Centro da cidade. Recém revitalizada a via centenária é acostumada com aglomeração de pessoas, ato condenado nesta época de pandemia.
Arquiteto, Enildo Teixeira, de 46 anos, era um dos poucos que se aventuraram saindo de casa. Ele é responsável pela obra de uma loja de chocolate que iria ser inaugurada na próxima segunda-feira (23), mas agora sem previsão de abrir as portas. “Uma hora dessas isso aqui já estaria um formigueiro, esperamos que logo se resolva”, disse o profissional.
Enildo relatou que durante sua permanência na loja uma senhora parou para pedir informação e ele precisou conscientizar sobre a importância de ficar em casa. “Ela parou para perguntar seu eu sabia onde tinha álcool em gel. Eu falei que ela tinha que estar em casa, se não tinha ninguém que poderia comprar para ela. Melhor prevenir, não estão preparados e nenhum país no mundo está”, ressaltou o arquiteto.
Ele disse ainda que os proprietários da loja estão no México e não conseguem voltar para Campo Grande por conta da pandemia.
Assim como o arquiteto, a maioria das pessoas que transitavam pela rua 14 de julho estavam sozinhas. No momento que o Correio do Estado esteve no local não havia aglomeração de pessoas.
O idoso, de 66 anos, Sebastião Maia Nunes, estava no centro da cidade. Sendo grupo de risco, por conta da idade, ele deveria estar em casa, mas alegou que não tinha que pudesse ajudá-lo. “Eu não sabia que estaria fechado, eu vim pagar um boleto. Falaram para eu vir hoje pegar o boleto, não tinha quem vir”, alegou.
Conforme decreto, o comércio de Campo Grande deve permanecer fechado até o dia 5 de abril, apenas serviços essenciais estão funcionando.