Depois do pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), na terça-feira (24), o número de comércios abertos mesmo com toque de recolher em Campo Grande aumentou em 400%, segundo o prefeito Marquinhos Trad (PSD).
Bolsonaro disse em rede nacional que o coronavírus, que tem matado milhares no mundo todo, é uma ‘gripezinha’ ou ‘resfriadinho’, e que os municípios e estados deveriam deixar de lado o discurso de “terra arrasada”. O regime de quarentena, segundo ele, deve ser apenas para os idosos e outras pessoas com sintomas ou que integram grudo de risco por outra condição de saúde, pois, para ele, são somente estes os mais atingidos pela doença.
Na quarta-feira (25), 13 estabelecimentos, dentre os fiscalizados, foram fechados. Mas na quinta-feira (26), 56 lojas comercias estavam funcionando durante a madrugada. Isso porque, desde ontem, o toque de recolher foi ampliado. A partir das 20 horas, pelo decreto, nada poderia funcionar.
Um dia depois da fala de Jair, o prefeito já tinha dito que somente na quarta-feira, os canais de denúncias receberam ao menos 1,1 mil ligações sobre locais abertos em pleno toque de recolher ou de forma irregular. Antes disso, as reclamações giravam em torno de 270.
Naquele dia, o chefe do Executivo de Campo Grande decidiu antecipar a restrição de sair às ruas, que até então era às 22 horas, a partir de quinta-feira até domingo (29). A repercussão de autoridades estaduais e municipais à fala de Bolsonaro foi negativa, tão logo terminou seu discurso.
Contudo, desde então, algumas medidas começam ser afrouxadas, como no interior de Mato Grosso do Sul, como Selvíria que abrirá o comércio nesta sexta-feira. Na Capital, apesar de autorizar reabertura com regras de determinados comércios, os decretos de toque de recolher, restrições quanto à aglomerações, dentre outras, continuam valendo.