O Brasil tem 27,7 milhões de pessoas mal aproveitadas no mercado de trabalho, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral) divulgada nesta quinta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número, que se refere ao primeiro trimestre de 2018, representa a quantidade de trabalhadores desempregados, subocupados por insuficiência de horas (pessoas que trabalham, mas gostariam de trabalhar mais) e força de trabalho potencial.
O número representa 24,7% do mercado do trabalho e é a maior taxa de subutilização da série história da Pnad, iniciada em 2012. Em outras palavras, um em cada quatro brasileiros está nesta situação.
A taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2018 foi de 13,1%. Este indicador calcula quantos brasileiros procuram, mas não encontram emprego no mercado de trabalho. São 13,7 milhões de brasileiros nesta situação.
Mesmo sendo a maioria na população em idade de trabalhar (52,4%), as mulheres estão entre a maioria dos desocupados do país. O IBGE diz que a taxa de desocupação entre as mulheres é de 15% enquanto a dos homens é de 11,6%.
Já o número de trabalhadores que têm emprego, mas gostariam de trabalhar mais horas por dia é de 6,2 milhões (insuficiência de horas trabalhadas).A força de trabalho potencial é de 7,8 milhões, que abrange pessoas que procuraram emprego, mas não estavam disponíveis para trabalhar.
Subutilização por Estados
A Bahia é o Estado que apresenta a maior taxa de trabalhadores mal utilizados: 40,5%. Em seguida, aparecem Piauí (39,7%), Alagoas (38,2%) e Maranhão (37,4%).
Em contrapartida, os Estados com menores taxas de subutilização são Santa Catarina (10,8%), Rio Grande do Sul (15,5%), Mato Grosso (16,0%) e Paraná (17,6%).
Salário dos brasileiros
A Pnad aponta que o salário médio de todos os brasileiros é de R$ 2.169. O resultado demonstra estabilidade em relação ao trimestre anterior, quando o rendimento era de R$ 2.173.
A média do salário dos homens é maior do que o das mulheres — a diferença é de R$ 555. O rendimento para os homens é de R$ 2.408, enquanto o das mulheres fica em R$ 1.853.
Comparando os salários dos trabalhadores com carteira de trabalho, os empregados no setor privado e os sem carteira de trabalho, o primeiro grupo é o que recebe melhores valores ao final do mês (R$2.074). Em seguida aparecem os trabalhadores empregados no setor privado (R$ 1.868) e os sem carteira assinada (R$ 1.231).
A média salarial no Distrito Federal é a mais alta do país (R$ 4.027), na frente de São Paulo (R$2.788) e Rio Grande do Sul (R$ 2.382). Os Estados com piores salários são Maranhão (R$ 2.382), Piauí (R$ 2.382) e Alagoas (R$ 1.400).
Fonte: portal R7
Foto: Paulo Whitaker/Reuters –