Após o assassinato do taxista Luciano Barbosa Franco, 44 anos, profissionais que trabalham na área de transporte de pessoas em veículos relatam que passam medo pelas ruas da cidade e muitas vezes, escutam o sexta-sentido e deixam de fazer algumas corridas.
Luciano foi encontrado morto na manhã deste domingo (26), e estava desaparecido desde ontem (25), após aceitar uma corrida no Jardim Carioca, em Campo Grande. Ele foi executado com um tiro na cabeça.
Para um motorista de aplicativo de 32 anos, que prefere ter o nome preservado e trabalha com a plataforma há onze meses, o risco de ser vítima de um crime e até mesmo de ser morto, é grande na profissão.
Ele destaca que costuma ouvir o sexto sentido e quando desconfia de algum passageiro, cancela a corrida. “Tem que ter máximo de cuidado possível, mas acho que temos que ouvir muito o sexto sentido. Chegar para fazer uma corrida e desconfiar de algo, é melhor não fazer, do que fazer com receio. Tive duas situações, fiz com receio, peguei dois elementos no centro, fiquei com muito medo de assalto, de possível morte, pedi ajuda do pessoal e me acompanharam. Prefiro não embarcar, quando vejo que a pessoa pode representar um tipo de risco, eu prefiro evitar”.
Assim como o motorista, uma jovem de 32 anos, que também optou por preservar sua identidade, afirma que já trabalhou com o transporte de pessoas, mas como passou apuro, preferiu abandonar as corridas.
“Eu trabalho de manhã em uma empresa e resolvi usar minhas tardes para trabalhar como motorista de aplicativo. Fiz quase 500 corridas, mas uma vez peguei um rapaz em um bairro, ele tinha várias tatuagens de armas pelo corpo, me mandou mudar a rota. Ele não conversava, mexia o tempo todo no celular e perto do destino final, me mandou mudar a rota. Eu comecei a passar mal, porque estava com muito medo. Ele saiu correndo de dentro do carro, eu continuei tremendo e desisti de trabalhar com isso”.