Bolsonaro teria citado preocupação com a família ao exigir troca na PF

Fontes alegam que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril que faz parte do inquérito sobre a suposta tentativa de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal é devastador para o presidente da República.

De acordo com oG1, a avaliação é que o vídeo comprova a acusação do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de que o presidente da República tentou interferir na Polícia Federal.

No encontro, Bolsonaro diz que sua família sofre perseguição no Rio de Janeiro e que, por isso, trocaria o chefe da superintendência da PF no Rio. O presidente acrescentou que, se não pudesse fazer a substituição, trocaria o diretor-geral da corporação e o próprio ministro da Justiça – à época, Sérgio Moro.

Durante a reunião, Bolsonaro disse que apresentava um tom de irritação e mau humor – trata o superintendente da PF do Rio como seu segurança, e afirma que não iria esperar sua família ser prejudicada.

Ele comunicou a Moro que iria trocar o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, por Alexandre Ramagem – atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e amigo da família Bolsonaro.

Moro se recusou. Disse “não, não topo isso” e falou com os generais. Mas o presidente da República se mostrou irredutível, pois Ramagem seria a pessoa que forneceria para ele relatórios de inteligência e que poderia de alguma forma blindar investigações.