O deputado estadual Capitão Contar (PSL) vai apresentar pedido de desfiliação partidária ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul. Segundo o parlamentar, a decisão vinha sendo amadurecida desde o ano passado, quando a Executiva Nacional suspendeu e advertiu parlamentares fiéis ao presidente Jair Bolsonaro.
O pedido de desligamento da sigla foi levado ao conhecimento da senadora Soraya Thronicke, presidente regional da legenda, que também vinha sendo pressionada pela direção nacional do PSL sobre as “atitudes bolsonaristas” do deputado Capitão Contar. “É uma senadora muito responsável e atuante. Tenho certeza que entenderá as minhas razões”, ameniza o capitão.
“Me sinto fortalecido. A situação ficou insustentável, principalmente após as notas de repúdio da agremiação, em final de abril. Foi a gota d’água” afirma, dizendo que não tinha como permanecer em um partido que mudou as bandeiras da campanha.
“Há algum tempo compartilho dos mesmos sentimentos dos nossos eleitores. A diferença é que o eleitor pode simplesmente se desfiliar. O eleito, como no meu caso, tem que pedir na justiça, e assim o farei”.
Contar justifica: “Houve clara mudança nos objetivos partidários, contradizendo o discurso que elegeu a totalidade de seus correligionários, baseado na mudança, renovação política, ética e transparência”, explica.
Quanto às eleições municipais de 2020, Contar reafirma seu compromisso em trabalhar para que bons representantes sejam eleitos.
“Ao decidir sair do PSL, também abro mão de aceitar o convite da senadora Soraya para concorrer à Prefeitura de Campo Grande. Seria incoerente concorrer de malas prontas para sair. E isso não muda meu apoio a bons nomes para todos os municípios do Estado nas próximas eleições. Essa missão continua”, conclui.