Policiais civis investigados na operação Nepsis que facilitavam o contrabando de cigarros do Paraguai eram responsáveis por distribuir através de uma lista propina de cerca de R$ 800 mil por comboio a colegas para garantir o carregamento em Mato Grosso do Sul, segundo informou o delegado da Polícia Federal Alex Sandro Biegas durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (28).
A “Operação Arithmoi”, é quarta fase da “Operação Nepsis”, cumpriu 11 mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (28). A ação foi da Polícia Federal, teve apoio da Corregedoria da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul.
Estão envolvidos sete servidores, sendo seis investigadores e um perito papiloscopista, dois do grupo já aposentados e cinco que estava atuantes, cada um residente no município em que trabalhava, conforme explicou o delegado geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas. Os nomes dos servidores não foram revelados.
Conforme as investigações, os sete davam apoio ao “quarteto” líderes do contrabando, sendo eles Angelo Guimarães Balerini, Valdenir Pereira dos Santos, presos em unidades federais, Carlos Alexandre Gouveia e Fábio Costam, vulgo “Pingo”, são considerados foragidos no Paraguai.
Ainda segundo o delegado Biegas, a máfia formou um verdadeiro consórcio de grandes contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai. O modo de agir da organização era formado por dois esquemas, um sistema logístico de características empresariais e a corrupção de policiais para facilitar a ação criminosa.
“Eles tinham a finalidade de fazer intermediação de dezenas de outros policiais para garantir os corredores logísticos. Estimas-se que na operação Nepsis em 2017, tenham trafegados mais de 1,2 mil carretas de cigarro e que os ciclos de períodos garantiam o pagamento conforme a demanda”, disse.
De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, os servidores atuantes já foram afastados E vão passar por procedimentos administrativos. “Há uma decisão judicial que vai ser encaminhada a corregedoria que está participando neste momento já fez o recolhimento de arma funcional e determina o afastamento compulsório administrativamente falando e partir daí é instaurado o processo administrativo disciplinar que vai a simples pena de repreensão que prevê a legislação até a exoneração, vai depender do grau de comprometimento e da participação de cada um dentro dessa investigação”, explicou.
O delegado disse que as investigações são frequentes na corporação e relembrou que recentemente dois delegados da Polícia Civil estão presos pelos crimes de homicídio e tráfico de drogas. “Temos outros policiais também envolvidos com narcotráfico dentro da delegacia, esses que citei todos continuam presos, agora esses policiais que foram afastados compulsoriamente”, finalizou.