Desde o surgimento do movimento #ExposedCG, sete homens já procuraram a delegacia para registrar boletins de ocorrência de calúnia por serem citados nos casos expostos no Twitter. Os registros foram feitos nas Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro e do Centro de Policiamento Especializado (Cepol).
A hashtag “ExposedCG” foi um dos assuntos mais comentados no Twitter, na segunda e terça-feira. A campanha, que ganhou força em outros estados brasileiros, foi criada para incentivar mulheres a exporem relatos de abuso sexual na rede social.
Os homens que procuraram a polícia tem idades entre 21 e 57 anos e negaram as acusações. Em um dos depoimentos, alguns dos comunicantes expressaram desejo de representar contra as pessoas que relataram os casos, mas na maioria das vezes não tinham a identidade real delas. Isto porque a ideia da iniciativa é não identificar as vítimas (mulheres e homens) nas publicações, só os suspeitos.
Entre os alvos das acusações estão diversos profissionais da cidade, como dentista de uma clínica particular, fotógrafos, cantores e até professores. Em Campo Grande quem tomou a iniciativa foi Elizabeth Brum, que, em uma publicação em seu perfil no Twitter, disse: “já passou da hora de abusadores dessa cidade serem minimamente responsabilizados”. Ela começou uma “thread” – nome usado para a prática de postar vários tweets sobre o mesmo assunto, já que a rede social só permite publicações de 240 caracteres por vez – onde mostra relatos anônimos de mulheres que já foram vítimas de assédio na cidade.