A DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) já indiciou 40 vezes um homem investigado por obrigar meninas e enviar fotos nuas pelo celular. Ele se aproximava delas usando perfis falsos e depois passava a ameaçá-las, encaminhando vídeo de uma execução do PCC (Primeiro Comando da Capital) como forma de impor medo. As vítimas tinham entre 11 e 15 anos e a maioria são de Campo Grande, mas também há casos em Bonito, Jardim, Bela Vista, Nova Andradina e Dourados.
De acordo com a delegada Francille Candotti, responsável pelos inquéritos, o autor tem 46 anos, vinha agindo desde 2017 e passou a ser investigado há cerca de um ano e meio. Ele usava um perfil do Facebook em nome de Aisha dos Santos, e às vezes em nome de Vanessa da Silva. Deste modo, se passando por outra pessoa, se aproximava das meninas e fazia ‘amizade virtual’. Após ser aceito na rede social, começava a colher informações pessoais delas, como familiares e locais que frequentavam.
Em seguida, pedia o WhatsApp e ia conduzindo a conversa até que se revelava. “Então ele pedia fotos nuas às vítimas e as ameaçava”, explicou a delegada. Ou seja, ele ordenava que as garotas encaminhassem a ele conteúdo pornográfico infantil, por meio de foto ou vídeo, em atos que ele indicava. “Elas tinham que mandar como ele pedia”. Caso houvesse recusa, eram gravemente ameaçadas. “Ele enviava vídeo de uma decapitação do PCC e dizia que se elas não fizessem o que ele queria, iriam morrer daquele jeito”.
As informações colhidas também eram usadas contra as vítimas que, temendo pela própria segurança e de familiares, acabavam aceitando. Algumas delas tiveram coragem para denunciar, mas boa parte não. Por isso, em novembro do ano passado a DEPCA cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele, onde foram apreendidos quatro celulares. Perícia nos aparelhos indicou imagens de 50 vítimas diferentes, meio pelo qual foi possível indiciá-lo 40 vezes. Ele responde por armazenar e produzir vídeos ou fotos de pornografia infantil.
No dia 28 de julho foi preso e está recolhido nas celas da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos). As investigações continuam.