Análise: a lição que fica ao Corinthians é de apostar mais nos talentos individuais

O Corinthians de Fábio Carille ficou marcado pela força do conjunto nas conquistas do Paulistão e do Brasileirão do ano passado. A filosofia continua em 2018, mas, com peças diferentes, o Timão tem encontrado algumas dificuldades. E a principal delas tem sido a falta de poder de decisão, como visto na derrota por 3 a 2 para o Bragantino, no jogo de ida das quartas de final do estadual.

No primeiro tempo do jogo no Pacaembu, por exemplo, o Corinthians chegou a ter o domínio da partida por um bom tempo. Mas levou pouco perigo real ao Bragantino. Sheik se movimentou bem em diversas vezes, mas sentiu falta de alguém mais próximo a ele para render mais. Apesar do bom volume, somente um lance realmente assustou o rival. Uma bola de Maycon, na trave, aos 39 minutos.

Carille tem razão quando disse que faltou concentração ao Corinthians. Mas a má atuação do time não se resume apenas a isso. Passa, principalmente, pela ausência de jogadas mais agudas, pela falta de um jogador disposto a arriscar mais. Isso, em mata-mata, é fundamental. Casagrande, comentarista da TV Globo, tem batido nessa tecla, por sinal.

– O estilo de jogo do Corinthians é muito funcional em pontos corridos. Quando chega no mata-mata, não é. Se acabar assim, não vai poder fazer esse jogo morno na volta – disse Casão.

O estrago só não foi maior para o Corinthians, que chegou a estar perdendo por 3 a 1, justamente porque dois jogadores que entraram no segundo tempo arriscaram mais: Mateus Vital e Pedrinho. Foi da dupla a jogada que amenizou o prejuízo do Timão nesse primeiro jogo das quartas de final. Vital rolou para Pedrinho, que acertou lindo chute de fora da área e fez o segundo gol da equipe.

Dentre os titulares, essa missão era para ser de Clayson e Romero, mas ambos fizeram uma partida bem abaixo e foram substituídos por aqueles que ajudaram a melhorar o rendimento do time.

O gol de Pedrinho foi o que fez o Corinthians sair do Pacaembu com a sensação de que dá para virar sobre o Bragantino, quinta-feira, em Itaquera – vitória por diferença de dois gols coloca o Timão na semifinal e por um gol leva a decisão para os pênaltis. Foi o talento individual dele que também fez a torcida esquentar o clima no estádio e assustar o Bragantino.

Certamente, o time do interior entrará em campo na quinta-feira menos confiante pela pressão que sofreu nos minutos finais no primeiro jogo. “Culpa” do golaço de Pedrinho. A lição que fica, então, é que o Corinthians precisa sair mais da sua zona de conforto coletivo e apostar com maior firmeza nos talentos individuais que tem no elenco. Fonte Globoesporte.com