A senadora Simone Tebet (MDB) lançou, na tarde desta quinta-feira (28), candidatura independente à presidência do Senado, sem apoio integral de seu partido. Isso porque dirigentes do MDB negociam apoio a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM), em troca de cargos na Mesa Diretora e controle de comissões.
O impasse ocorreu após várias investidas do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para isolar a candidatura de Tebet e negociar cargos com o MDB.
Segundo a senadora, há dois anos, durante o pleito que elegeu Alcolumbre, ela resolveu tirar seu nome da eleição após firmar um acordo com o parlamentar do DEM, que se comprometeu a trabalhar pela independência da Casa.
“O Senado deve ter sua independência e não pode ser apenas um apêndice do Planalto. Essa equivalência de poder foi extremamente importante para o país, pois a Casa sempre foi a porta de saída para diversas crises em que ele atravessou. Agora que enfrentamos umas das mais graves da história de nossa República, é fundamental que os poderes se mantenham dentro de suas prerrogativas de independência”, alertou.
A eleição para a presidência do Senado está marcada para o dia 1º de fevereiro. Candidato de Alcolumbre, Pacheco é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e hoje é apontado como favorito.
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O MDB, com 15 integrantes, ficaria com a Primeira Vice-Presidência da Casa e mais uma secretaria na Mesa em troca dos votos para o candidato do DEM.
Após a reunião dos emedebistas com Tebet na quarta, Eduardo Braga disse ao Estadão/Broadcast, que “uma coisa é a legenda, outra coisa são os votos individuais dos senadores. Qual é o partido que não está dividido nesse processo? Ainda não houve deliberação. A senadora tem o direito de levar a candidatura avulsa para o plenário”.