Aumento é bem-vindo, mas está longe do ideal, dizem campo-grandenses sobre novo salário mínimo

O novo valor do salário mínimo do trabalhador brasileiro será de R$ 1.045, a partir deste sábado, 1º de fevereiro. O valor é R$ 47 a maior que os R$ 998 pagos até então e repõe a inflação de 2019 (4,48%), mas praticamente não oferece aumento real.

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário ideal para o brasileiro – considerando o custo da cesta básica e de serviços essenciais – deveria ser de R$ 4.342,57.

A medida provisória que fixa em R$ 1.045 o salário mínimo foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (31). De acordo com a MP, o valor diário do salário mínimo ficará em R$ 34,83; e o valor por hora, em R$ 4,75. A partir disso, o governo estima que cada R$ 1 a mais no salário mínimo represente aumento de R$ 355,5 milhões nas despesas públicas. Desta forma, o impacto de R$ 2,13 bilhões para o governo em 2020.

Nas ruas, campo-grandenses revelam pouca empolgação com o novo valor e destacam o sonho com um salário mais alto. Entre os ouvidos pela reportagem, a maior reclamação é que o reajuste legal não garante nem a compra de um botijão de gás, atualmente variando de R$ 65 a R$ 75 na Capital. Confira os depoimentos:

Foto: Leonardo de França | Midiamax
“Esse aumento é uma vergonha. O comércio já está com vendas fracas e quem trabalha só com comissão vai acabar não sentindo a diferença. Não vai ser algo que vai estimular consumo. Vamos ver em março”

Leila Ribeiro de Abreu, vendedora

Foto: Leonardo de França | Midiamax
“Apesar de receber mais que um salário mínimo, acho que para quem recebe isso ainda é muito baixo. Não dá nem pra pagar um botijão de gás. Para um pai de família não vai fazer muita diferença”

Lucimar Lima Franco, professora

Foto: Leonardo de França | Midiamax
“É um aumento bom, sim, faz diferença pra mim. Permite que eu ajude até meu filho e também injeta dinheiro na economia. Por mais que seja pouco, já faz uma diferença”

Stalin Pereira, aposentado

Foto: Leonardo de França | Midiamax
“Estou passeando em Campo Grande e acho que pelo menos para quem mora aqui não vai fazer muita diferença. Não faz diferença, porque o aumento é percebido no salário, mas aumentam as coisas todas. para quem mora aqui é bem pior, porque vi que o custo de vida aqui é bem mais alto”

Zélia Pereira da Silva, cabeleireira

Foto: Leonardo de França | Midiamax
“Não dá nem pra comprar um gás, pra gente do setor rural não faz muita diferença, não vai aumentar o poder de investimento”

Olávia Pereira, agricultora

Com informações do Midiamax