Bolsonaro corta verbas para estudos e trava projeto da Rota Bioceânica

Em ofício entregue à bancada sul-mato-grossense, o Ministério da Infraestrutura confirmou o cancelamento dos estudos realizados para analisar a viabilidade econômica da Rota Bioceânica, que tem Mato Grosso do Sul como um dos principais eixos logísticos e deve abrir caminho para exportações direto pelo Oceano Pacífico.

Os parlamentares do Estado foram ao ministério e conversaram com técnicos da pasta, reivindicando a retomada das análises que eram realizadas pela EPL (Empresa de Planejamento e Logística). Os estudos, que estavam já na segunda etapa, são divididos em quatro partes, ao custo de R$ 770 mil.

A análise da viabilidade econômica da Rota é o primeiro passo para que o projeto, pleiteado especificamente por Mato Grosso do Sul, saia do papel e comece a ser executado. As obras incluem a construção de uma ponte entre o Brasil e o Paraguai, em Porto Murtinho. Sem os estudos, a continuidade da Rota fica travada.

“Esse estudo é importante para a implantação da Rota, que por sua vez é um projeto prioritário para MS e por isso tem que ser retomado. É como se chegassem ao Rio de Janeiro e falassem que iriam derrubar o Maracanã. Foi frustrante”, afirma o senador Nelsinho Trad (PSD), líder da bancada e participante do encontro.

De acordo com o senador, o secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio Cunha Filho, foi cobrado pelos parlamentares e prometeu revisar a questão do cancelamento dos estudos, enviando uma resposta em breve.

“Mato Grosso do Sul não tem investimentos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2020, muitos recursos para o Estado foram cortados e além de tudo, os estudos de análise de custo-benefício da Rota Bioceânica foram cancelados”, completa Nelsinho, que novamente pede que a questão a revisão da situação.

Além dele, também participaram do encontro as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL) e o deputado federal Luiz Ovando (PSL). Em resposta imediata às cobranças da bancada, Sampaio exibiu uma apresentação com os investimentos previstos para Mato Grosso do Sul pelo ministério.

Entre as obras, ainda sem data para início, foram elencadas a hidrovia do Rio Paraguai, a BR-419 entre Rio Verde e Aquidauana, e o trecho para dará acesso à ponte entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, na rodovia BR-267.