Preso há nove dias por ter deixado cair o filho de um ano no chão, batido na mulher e na enteada de 12 anos, o vereador de Fátima do Sul, Diego Cândido Batista, o Diego Carcará, do PSD, 33, foi afastado do mandato por um mês e, nesse, período, não vai receber o salário de cerca de R$ 18 mil.
No dia dos insultos, o parlamentar estaria bêbado, segundo denúncia da mulher.
Um dia depois de preso em flagrante pela violência, o vereador pediu licença de 30 dias para resolver “assunto particular”.
Nesta segunda-feira (31), contudo, o presidente da Câmara local, Emerson Cleber Mendes, do PDT, publicou resolução em que, ao invés de conceder a licença, aplicou contra o parlamentar suspensão temporária no período de 30 dias.
Pela resolução publicada, a suspensão de Carcará foi empregada porque a Justiça acatou denúncia contra o vereador e que atos “dessa natureza ferem, flagrantemente, o princípio da dignidade da pessoa humana, bem como o decoro parlamentar”.
Ou seja, agora, o vereador será submetido a um parecer da Comissão de Ética da Câmara. Ele pode ter o mandato cassado, dependendo da interpretação do colegiado.
Ainda conforme a resolução, que já entrou em vigor, “durante o período da penalidade fica sobrestado [suspendido] o subsídio do vereador”. Isso não quer dizer que o parlamentar “perdeu” a remuneração. Ele tem o dinheiro de volta se provado sua inocência.
Diego Carcará está encarcerado no presídio de Dourados por força de um pedido de prisão preventiva, cujo prazo é indefinido.
O CASO
Relato da vítima, revela que no domingo retrasado, à noite, o vereador estaria bêbado quando deixou a criança cair no chão. Enteada do vereador pegou o bebê, que chorava muito, no colo e seguiu até um dos cômodos da casa.
O parlamentar foi atrás, e tomou-lhe o menino. Logo depois, o vereador acertou chineladas no corpo da enteada. A mãe tentou protegê-la, mas também foi atacada com golpes no rosto.
A mulher acionou a Polícia Militar e o vereador foi preso em flagrante. Na delegacia, o parlamentar calou-se. Antes do interrogatório, no entanto, ele teria feito ameaças à mulher.
A vítima pediu medida protetiva com urgência e disse à polícia que o marido já tinha batido em outras ocasiões nela na frente dos filhos. Contudo, o episódio de domingo foi o único denunciado.
A defesa do vereador de segundo mandato ainda não se manifestou.