A defesa de Stephanie de Jesus da Silva entrou com um novo pedido, para que o julgamento da mãe de Sophia de Jesus OCampo – morta aos 2 anos em janeiro de 2023 – seja separado de Christian Campoçano Leitheim, padrasto da menina, acusados da morte da criança.
Este é o segundo pedido feito pelas advogadas Camila Garcia de Rezende, Katiussa do Prado Jara, Herika Cristina dos Santos Ratto e Ellen Cristina Magro, que representam a defesa de Stéphanie.
Inicialmente, o júri popular foi marcado para março, contudo, foi adiado e remarcado para os dias 6 e 7 de novembro. Porém, após um pedido da promotora Lívia Carla Bariani, o julgamento foi redesignado para 27 e 28 de novembro.
Em julho deste ano, as advogadas já haviam entrado com um pedido para que o júri popular fosse separado. E na última quinta-feira (26), a defesa se manifestou e, insistiu na separação do julgamento da mãe e padrasto de Sophia, com um novo requerimento, alegando defesas colidentes.
“A Defesa técnica requer a separação do julgamento, porque, um, o tempo de defesa da Ré, que tem defesa colidente com o corréu, será reduzido em 30 min (art. 477, §§1º e 2º, CPP); dois, a Defesa técnica, com a alteração da data (fls.4079), não poderá fazer o júri devido a compromisso previamente agendado; três, os réus possuem defesas colidentes, como foi frisado na decisão de pronúncia (fls. 2486/2503); quatro, há muita midiatização, e, às fls. 1706/1708, demonstram de forma clara que há uma tática de tumultuar o julgamento, assim, pra evitar tumultos, é imprescindível a separação do julgamento”, alegam as advogadas.
Por fim, a defesa de Stephanie diz que há um dispêndio financeiro e demonstra ao magistrado um exemplo de caso com três réus que foi desmembrado em 2023 em razão do conflito de defesas. “Dispêndio financeiro do erário público com julgamento que pode não ocorrer ou pode ser anulado impõe o bom senso de se evitar qualquer chance de nulidade”, diz trecho do processo.
As advogadas da mãe de Sophia, que agora contam com o reforço de Alex Viana de Melo na defesa, também pedem ao Poder Judiciário que Stephanie não seja algemada na frente dos jurados e durante sua condução ao plenário no dia do julgamento.
Ainda, o último pedido feito no dia 26 é de que Stephanie possa participar do julgamento usando suas próprias roupas. “Sem a obrigatoriedade de utilização das roupas da penitenciária, sob pena de nulidade”, pede a defesa.
Christian responde por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e por estupro de vulnerável. Já a mãe, Stephanie, é ré por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e por omissão.
O casal negou a autoria dos crimes durante audiência, em dezembro passado, e culpou um ao outro pela morte da criança.
Redesignação do júri
O pedido de redesignação foi acatado pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, no dia 20 de setembro. A promotora alegou que nos dias marcados para o júri, ela estaria em um evento em Dourados e na semana seguinte em um encontro nacional em Brasília.
Com isto, o julgamento de Stephanie de Jesus e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia de Jesus Ocampo, foi marcado para os dias 27 e 28 de novembro.
A defesa de Stephanie pediu para separar os processos e também alegou conflito de agendas para os dias 27 e 28 do próximo mês. Mas sobre estes pedidos o magistrado ainda não se manifestou.
Assassinato de Sophia
Sophia morreu em janeiro de 2023, após passar por várias internações. Assim, as investigações mostraram que a mãe levou a menina até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.
Além disso, a polícia identificou indícios de estupro na vítima. Ainda durante as investigações, uma testemunha contou que após receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.
Também uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe dizer que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.
Essa versão é contestada pelo médico legista, que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha.
Por fim, a autópsia apontou que Sophia pode ter agonizando por até seis horas antes de morrer. Após o início das investigações, a polícia prendeu o padrasto e a mãe da menina. Eles seguem presos.