Presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB) destacou, que, apesar do aumento salarial aprovado nesta terça-feira (28), cabe a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), congelar o salário, caso observe a possibilidade de qualquer problema acerca da lei de responsabilidade fiscal.
Com voto favorável ao aumento, a declaração do vereador ocorre logo após a Câmara Municipal aprovar dois projetos de lei que tratam sobre reajuste salarial do funcionalismo público.
Uma das propostas concede reajuste ao salário da prefeita da Capital, Adriane Lopes (Patriota), do vice-prefeito, que está vacante, e dos secretários do primeiro e segundo escalão. Com o aumento dos salários dos integrantes do Executivo, devido ao teto, também sobe o salário de procuradores e auditores fiscais da Prefeitura.
Com dez votos contrários, o primeiro projeto aprovado reajuste o salário da prefeita de R$ 21.263,62 para R$ 35.462,22 ainda neste ano.
“Tem 12 anos que não tem essa reposição da inflação no subsídio da prefeita. A Câmara não tem a prerrogativa de aumentar o salário de nenhum servidor, o que temos são as prerrogativas constitucionais de mexer no subsídio da prefeita ou do prefeito, agora, ela (Adriane) tem a lei de responsabilidade fiscal, se entender que o salário dela não deve ser aumentado ela congela”, disse.
Dessa forma, em meio a discussões e greves por falta de reajuste dos servidores públicos, o reajuste da prefeita será de 66,77%.
Ainda neste projeto, o salário do vice-prefeito sobe de R$ 15.947,03 para R$ 31.915,80
Já a remuneração dos secretários do primeiro escalão passa de R$ 11.619,70 para R$ 30.142,70.
O subsídio mensal dos dirigentes de autarquias, chamado de segundo escalão, também fica fixado no valor de R$ R$ 30.142,70
Votaram contra os vereadores: Betinho (Republicanos), Beto Avelar (PSD), Coronel Alírio Vilassanti (União Brasil), Edu Miranda (Patriota), João Rocha (PP), Paulo Lans (Patriota), Professor Juari (PSDB), Professor Riverton (PSD), Tiago Vargas (PSD) e Zé da Farmácia (Podemos).
O outro projeto aprovado aumenta o salário da prefeita para R$ 41.845,48 em 2025.
Esta proposta teve votos contrários de Tiago Vargas (PSD) e Zé da Farmácia (Podemos).
Questionado sobre as motivações acerca da aprovação do projeto, o vereador disse que a Câmara Municipal não quer carregar uma falha por não corrigir os vencimentos da prefeitura. “A Câmara não quer carregar pra ela essa pecha de 12 anos que não corrigia a inflação, mas cabe a ela (prefeita) congelar ou não”, destacou o vereador.
Indignação
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande, Ângelo Macedo, afirmou que a aprovação do aumento de salário da prefeita no momento em que os enfermeiros reivindicam melhores condições trabalhistas “é um tapa da cara da sociedade”.
Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (28), Ângelo disse que recebeu a notícia com tristeza e com indignação, já que o aumento que eleva o salário da prefeita Adriane Lopes (Patriota) para R$ 35,4 mil neste mês.
“Eu vejo isso e fico indignado, é um tapa da cara da sociedade. Basta andar na nossa cidade, usar o serviço de saúde público ou ver a necessidade de algum serviço gerido pelo Executivo, é sempre um descaso’, afirmou.