Agressividade, frieza, ser calculista são alguns adjetivos dados a Jean Michel de Souza, acusado de premeditar os assassinatos dos sogros, Antônio Soares do Santos, de 65 anos, e Helena Marra dos Santos, 59 anos, e da esposa Jaqueline Soares, 39 anos. A família foi assassinada a facadas e os corpos encontrados pela faxineira da casa.
Mas, o que se sabe até o momento sobre estes crimes? Triplo assassinato, que não só abalou Umuarama, no Paraná, como também Naviraí, em Mato Grosso do Sul, de onde era nascido Antônio. A resposta dada pela polícia do Paraná é que Jean, de forma premeditada, matou os sogros e a esposa, com quem tentava reatar o casamento, o que é negado veementemente pelo empresário.
Jean, que já trocou de advogado após a sua prisão, nega os crimes. Segundo a sua defesa, feita agora por Josiane Monteiro, espera-se os resultados dos exames de DNA para que seja comprovada a inocência do empresário. Josiane ainda ponderou que várias irregularidades foram cometidas durante a sua prisão.
Os assassinatos:
As vítimas, Antônio Soares do Santos, de 65 anos, sua esposa Helena Marra dos Santos, 59 anos, e sua filha Jaqueline Soares, 39 anos, foram encontradas assassinadas a facadas, na segunda-feira (9), pela faxineira da casa, que ficou em estado de choque.
Os corpos de Antônio e de sua esposa Helena estavam próximos, no andar de baixo da casa, sendo que o empresário recebeu uma facada no pescoço e conforme a perícia teria tentado correr, mas acabou caindo no chão sem vida. Em seguida, Helena foi atingida também no pescoço na parte de trás e o golpe quase a degolou.
Ela teria tentado levantar da cadeira e correr, mas acabou assassinada. Já Jaqueline foi encontrada no andar de cima da casa dentro de uma banheira. A advogada tinha o maior número de golpes. Ela seria o alvo principal de Jean, que teria usado uma ‘passagem secreta’ para ter acesso à vítima, que foi esfaqueada por duas vezes no peito, marcas de defesa nos braços e mãos, além de golpes no rosto e um corte profundo na garganta, que quase a degolou.
A prisão:
Jean foi preso no dia seguinte aos crimes, em uma segunda-feira (9), no seu local de trabalho. Quando abordado e perguntado sobre os assassinatos, ele disse que não sabia de nada e continuou trabalhando normalmente. Durante todo o dia em que Jean prestou depoimento, os policiais puderam perceber várias contradições entre o que ele dizia e o que a mãe dele contou, como o filho ter ido por duas vezes na casa de Jaqueline, sendo no início da tarde e no fim do dia, mas ele negava.
Manchas de sangue que entregaram Jean:
A polícia achou um par de chinelos usados por Jean que batiam com as marcas deixadas nas poças de sangue próximo às vítimas. “Encontramos algumas manchas que pareciam ser de sangue próximo à lavanderia. Quando nós encontramos essas manchas nós acionamos a criminalística. Eles foram lá, colheram esse material, trouxeram para exame e confirmaram que se tratava de sangue”, disse o delegado do caso.
Manchas de sangue também foram encontradas no volante do carro de Jean, como na maçaneta e câmbio, após o veículo passar por perícia. Ainda de acordo com depoimento de testemunhas, o autor era agressivo ao ponto de chegar a quebrar objetos da casa, por isso não morava com a esposa, já que o relacionamento com os sogros não era bom.
Possessivo, agressivo:
Jean foi retratado como calculista e frio pela Polícia Civil. Jaqueline, conforme aponta os laudos periciais, seria o alvo principal de Jean. A mulher foi a vítima mais esfaqueada na noite do crime. Jean tentava reatar o relacionamento, quando o triplo homicídio aconteceu. O acusado era possessivo e tinha muito ciúmes de Jaqueline.
Segundo as informações passadas pelo delegado Osnildo Carneiro Lemes, Jean agia de uma forma extremamente calma e calculista. Foi possível detectar inclusive que ele já tinha sido submetido a algumas avaliações psicológicas e fazia um tratamento, disse o delegado.
Outra namorada do empresário relatou a agressividade de Jean. Ele, segundo a ex-namorada, já tinha apresentado sinais de agressividade. “Ele já me empurrou e me deu tapas”, contou. Ainda segundo ela, Jean costumava controlar o cumprimento das roupas e a intensidade da maquiagem que ela usava. “Em muitos momentos, ele era controlador e possessivo, mas, ao mesmo tempo, ele se mostrava uma pessoa afetuosa e educada”, relatou.
Era assim que Jean era visto por pessoas de fora. “Eu não acredito que foi ele. Vamos ver se é mesmo. Porque ele chegava aqui, sempre cumprimentava todo mundo, muito querido”, disse um conhecido, morador nas proximidades da casa das vítimas.