A transexual Bárbara Bismark Araújo, de 42 anos, há mais de 10 anos vive um relacionamento conturbado com um pescador, que não teve o nome revelado, em Coxim. Nessa década, foram muitas e vindas, marcadas por agressões que resultaram em idas ao hospital e delegacia. E, na madrugada desta quinta-feira (10), ela foi agredida mais uma vez.
Bárbara, que é muito conhecida e querida na cidade, principalmente pela luta em prol dos direitos da causa LGBT+, ficou com vários hematomas, inclusive no rosto, e foi parar mais uma vez no Hospital Regional Álvaro Fontoura. No nariz, ficou uma marca de mordida, que chegou a arrancar pedaço. Na boca, três dentes quebrados pelos chutes.
Em entrevista ao Edição MS, ela contou que teve um desentendimento com o pescador. É um caso complicado. A vítima conta que ele não tem coragem de assumir a relação e toda a família é contra. Por outro lado, o “namorado” não deixa ela seguir a vida.
Nesta ocasião, ambos estavam no mesmo ambiente, curtindo a noite, cada um com sua turma. O agressor havia mentido para a vítima que não estava na cidade e, em determinado momento, eles discutiram.
O homem se dirigiu para a casa dele, para a esposa, e Bárbara contou para a mulher que mantinha uma relação com o pescador há mais de 10 anos.
Revoltado por ‘sair do armário’, o namorado e um amigo foram atrás de Bárbara e bateram de frente com a motocicleta dela.
Segundo a vítima, Bárbara caiu no chão e começou a ser agredida pela dupla, de todas as formas. Um dos agressores chegou a pegar um objeto para agredi-la mais ainda.
Machucada, Bárbara pediu socorro pela vizinhança e foi encaminhada pelo Corpo de Bombeiros ao hospital. A Polícia Militar registrou a agressão e encaminhou o boletim de ocorrência à delegacia.
O caso será investigado pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher). Desta vez, a ativista diz que não irá retirar a queixa, representando contra quem ela já chama de ‘ex-namorado’ pelo crime.