Executor torturou Abuchaim em busca de informações, diz Polícia Civil

 reviravolta no assassinato do advogado e ex-superintendente de Gestão de Informação do Governo de Mato Grosso do Sul, Daniel Nantes Abuchaim, traz à tona a participação de uma segunda pessoa que torturou a vítima até a morte em busca de informações ainda não reveladas. Fernanda Aparecida Sylverio, de 28 anos, presa como principal suspeita, mudou sua versão de crime passional e admitiu à Polícia Civil de Campo Grande que teve a ajuda de um homem responsável pela execução e destinação do corpo.

Abuchaim foi encontrado morto no início da tarde do último dia 19 de novembro, nu, nas proximidades da Uniderp Agrária, região do Parque dos Poderes. A mulher havia alegado inicialmente que o matou sozinha por vingança, pois ela e sua namorada vinham sendo assediadas constantemente por ele. Na ocasião, Fernanda combinou encontro, foi com ele a um motel no Jardim Noroeste e lá o assassinou. Porém, segundo o delegado Geraldo Marim Barbosa, responsável pelo inquérito na 3ª Delegacia de Polícia Civil, a história é outra.

Nas últimas entrevistas, a suspeita passou a dizer que apenas atraiu a vítima para o motel e que um homem, cuja a identidade não foi divulgada, o matou e se defez do corpo. “Agora ela tenta diminuir sua participação, mas é certo que ela é pelo menos coautora”, explicou o Marim. Conforme a perícia, este homem torturou Abuchaim no quarto do motel, ferindo-o com várias facadas e exigindo que lhe entregasse certas informações. Em seguida, o matou quebrando o pescoço (trauma raquimedular). “Ela, no entanto, não explicou quais seriam tais informações, porque Abuchaim era alvo e como ela se encontrou com o autor e como ele chegou ao motel”, pontuou.

Diante de tais fatos, Marim descarta crime passional e passa a trabalhar com outra hipóteses, como extorsão ou acerto de contas. O delegado chegou a consultar a Polícia Federal para saber se Abuchaim era alvo da Operação Computadores de Lama, realizada cerca de uma semana após a morte dele e que teve como foco a Gestão de Informação do Estado, setor em que o advogado foi superintendente, no entanto, não há relação entre os casos. “Os investigadores disseram que ele não era alvo e por enquanto não há conexão entre a morte e a operação”.

A polícia trabalha agora para tentar identificar quem seria esta nova pessoa e qual a verdadeira motivação do crime. Alguns nomes são apontados como suspeitos, mas para confirmar envolvimento, Marim conta com pedido de quebra de sigilo telemático (telefone e internet) dos investigados, bem como quebra de sigilo bancário. Ainda aguarda resultado do laudo de reprodução simulada (simulação do crime, realizada na sexta-feira passada no motel), laudo papiloscópico (impressões digitais), laudo toxicológico e perfil genético.

Fonte: Correio do Estado

Foto: Reprodução