Grêmio pode não jogar mais em casa no Brasileiro por invasão de torcedores

O Grêmio pode não jogar mais em casa neste Brasileiro. Em razão da invasão de torcedores ao fim do jogo contra o Palmeiras, o time pode ser punido com perda de mando de campo em até 10 jogos. E só tem mais cinco compromissos na Arena.

Tudo começou no apito final da partida com 3 a 1 para o Verdão no placar. Os jogadores deixavam o campo, Pedro Geromel havia dado entrevista e Raphael Veiga estava posicionado para iniciar sua manifestação. Foi quando um grupo de torcedores pulou a barreira da Arquibancada Norte da Arena para o campo e começou o ato.

Os aficionados destruíram a cabine do VAR, depredaram equipamentos de transmissão, agrediram seguranças, arremessaram objetos em direção ao túnel que dá acesso aos vestiários e tentaram invadir a área restrita a jogadores e profissionais que trabalham nas partidas. O vandalismo só foi contido com ação do policiamento.

A briga também tomou as cadeiras. A transmissão da partida feita pela Globo ainda flagrou torcedores de Grêmio e Palmeiras trocando socos, mesmo separados por uma divisória no estádio.

Enquanto isso, nas redes sociais, um vídeo de um torcedor gremista supostamente imitando macaco em gesto racista contra palmeirenses foi divulgado.

Todo este cenário de confusão pode gerar punição dura ao Tricolor no artigo 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala sobre “deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens em sua praça de desporto, invasão de campo ou local de disputa do evento esportivo, lançamento de objetivo no campo ou local de disputa do evento esportivo”.

A punição original é multa de R$ 100 a R$ 100 mil. No entanto, há um agravante que pode pesar para o time gaúcho.

No inciso primeiro de tal artigo há previsão de pena medida pela gravidade do atos. 

“Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial”, diz o regulamento.

Se considerada grave, a atitude dos torcedores pode fazer o time gaúcho não atuar mais na Arena até o encerramento do Brasileiro. Restam apenas confrontos com Fluminense, Red Bull Bragantino, São Paulo, Flamengo e Atlético-MG na casa azul, branca e preta marcados nesta edição do campeonato. O próximo deles será contra o Flu, no dia 9.

Há, porém, um detalhe que pode auxiliar na meta de aliviar uma eventual pena. O inciso terceiro aborda identificação dos responsáveis como maneira de evitar responsabilização do clube.

“A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade”, diz o CBJD.

A confusão na Arena do Grêmio não foi restrita ao campo. No estacionamento, um grupo ainda maior de torcedores cometeu atos de vandalismo e entrou em conflito com a Brigada Militar.

“Eu não vi os fatos, estava no vestiário, não vi o que houve”, disse o vice de futebol gremista, Denis Abahão. 

“A torcida se rebelou não foi contra nós, contra dirigentes, jogadores do Grêmio ou comissão técnica. Vocês (imprensa) acham que alguém agrediria jogador? Cada ato tem um efeito e uma consequência. Não posso dizer o que houve porque não vi, não presenciei, apenas ouvi comentários. Vou procurar saber o que aconteceu para tomar as medidas cabíveis para resolver este tipo de acontecimento”, completou.