Na segunda-feira, Diego Armando Maradona completou 57 anos de idade. No mesmo dia, sua despedida do futebol, uma vitória do Boca Juniors no Superclássico contra o River Plate, completou 20 anos. O maior ídolo do futebol argentino foi a estrela de uma entrevista para o site da Fifa, onde revela: em 1982, no derrota por 3 a 1 para o Brasil, ele queria fazer falta em Falcão, mas acabou acertando Batista.
– Eu falei anos depois com o Batista e disse para o Falcão também. No 3 a 1, eles começaram a fazer graça, e eu não gosto de perder, nem um pouquinho. Ele me disse: “Não, Diego. Aquele era o futebol que a gente tinha dentro da gente”. Mas sabe? Se eu estivesse com três gols, com as pessoas gritando “Olé! Olé! Olé”, enquanto a gente rodava a bola de um lado para o outro, eles também ficariam muito irritados. Se você tem um pouquinho de sangue nas veias, você vai explodir. Mas é verdade; eu acertei o jogador errado. Incrível – disse Maradona, ao site da Fifa.
O jogo aconteceu no dia 2 de julho de 1982, no estádio Sarriá. O Brasil fez 3 a 1, com gols de Zico, Serginho e Júnior. Ramón Díaz descontou. Irritado com o placar, que tirava a Argentina da Copa, Maradona fez falta feia em Batista, aos 39 minutos do segundo tempo, e foi expulso. Três dias depois, no mesmo estádio, a seleção de Telê perdeu por 3 a 2 para a Itália e também foi eliminada do Mundial.
Maradona voltou a encontrar o Brasil pela frente na Copa do Mundo de 1990, na Itália. Desta vez, ganhou: 1 a 0. Foi do camisa 10 a jogada e o passe para o gol de Caniggia. Na entrevista, ele relembrou a arrancada, defendeu Alemão (seu ex-companheiro de Napoli) e afirmou que a falha foi de Dunga.
– Os brasileiros culparam o Alemão pelo gol, mas eu passei muito rápido por ele. Quem eu tive que segurar, e usei até meu cotovelo para impedir de chegar em mim, foi o Dunga. Então, não foi culpa do Alemão, foi do Dunga. Foi ele quem me deixou passar.
Maradona também lembra que Caniggia mal comemorou o gol, enquanto ele “agradeceu a Deus, a minha mãe e a todos os santos do mundo”. Também disse que, depois da partida, recebeu a camisa de Careca (que também jogou ao seu lado no Napoli) e vestiu.
– Eu vesti a camisa do Brasil quando voltei para o vestiário. Era do Careca. Ele é meu amigo. Eu senti como… não como se a gente tivesse roubado o Brasil, mas eles mereciam ter avançado, em vez da Argentina. Eles pressionaram a gente durante todo o jogo, mas nós vencemos. Por isso, o futebol é o esporte mais lindo do mundo.