Botafogo e Fluminense ganharam a companhia dos quatro grandes clubes de São Paulo no debate contra a volta do futebol. Uma reunião por vídeo dos presidentes de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo com o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, reforçou o desejo de que o futebol no estado só volte às atividades quando houver aval de profissionais da saúde.
A posição dos quatro grandes clubes de São Paulo amplia o racha no futebol brasileiro. O Flamengo lidera um movimento, tendo o Vasco como aliado, para que os times retomem o quanto antes os treinamentos presenciais e também para que o Campeonato Carioca volte a ser disputado, seguindo um protocolo de saúde.
A postura flamenguista foi duramente criticada por Botafogo e Fluminense no final de semana e criou um impasse no futebol do Rio. Nesta terça-feira (26) pela manhã, Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, divulgou uma carta aberta criticando a postura do Flamengo e dizendo que, no futebol, “não dá para jogar sozinho”.
“Se o combate ao vírus não tem alinhamentos entre os governos, no futebol as reações estão ainda mais fragmentadas. Com decisões facultadas aos Estaduais, criam-se ruídos. O futebol perde muito como produto quando transmite que, para a bola rolar, basta decidir qual clube está mais pronto, ou qual estado está mais disposto a riscos, enquanto se somam mais de mil óbitos por dia”, disse Sanchez, que pregou um movimento de “articulação eficiente” para o futebol.
À carta do presidente corintiano somou-se ainda um post do Palmeiras em seus perfis nas redes sociais. Endereçado aos torcedores, um vídeo traz cenas da torcida, constratando com imagens do Allianz Parque e do clube social vazio. No final, surge a seguinte mensagem: “O futebol vai voltar, mas no momento certo e sem pressão, afinal de contas, o que mais importa para a gente são vocês”.
São Paulo e Santos também endossaram o coro dos rivais estaduais, criando uma posição de quase isolamento do Flamengo em relação à ideia de uma volta.
No Rio de Janeiro, houve nova troca de farpas entre dirigentes. Carlos Augusto Montenegro, membro do conselho gestor botafoguense, vociferou contra Rodolfo Landim, presidente flamenguista e que o tinha ironizado. O dirigente lembrou do incêndio que matou dez jogadores das categorias de base do Flamengo no começo de 2019 e reforçou que o Botafogo segue caminho oposto, já que tenta “preservar a vida dos jogadores, comissão técnica, familiares e funcionários”.