‘Povo brasileiro não será cobaia’, diz Bolsonaro ao cancelar compra de vacina chinesa

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quarta-feira (21), via redes sociais, que o “povo brasileiro não será cobaia de ninguém” ao comentar sobre a vacina chinesa Coronavac.

“Para o meu governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa”, disse Bolsonaro. “O povo brasileiro não será cobaia de ninguém”.

O presidente disse, ainda, que não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. “Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina.”

A Coronavac é desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo. Segundo o diretor do órgão, Dimas Covas, a vacina se mostrou segura, mas será necessário esperar os resultados dos testes de eficácia.

Existem, além da Coronavac, outras vacinas contra a covid-19 em produção no país. O governo federal, por exemplo, fez acordo com a Universidade de Oxford e será fabricado pela Fiocruz a partir de abril de 2021. Está prevista a compra de 100 milhões de doses do imunizante no primeiro semestre de 2021 e mais 110 milhões na segunda metade do ano.

cancelamento da compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, cujo acordo havia sido anunciado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na última terça-feira (20). A informação foi confirmada pelo próprio presidente.

Bolsonaro não concordou com a decisão do Ministério da Saúde e, por isso, ordenou o recuo nessa compra. Mais cedo, o presidente respondeu a um apoiador, numa rede social, que dizia ter 17 anos de idade e pedia para a compra da vacina não ocorrer, uma vez que a “China é uma ditadura”. Bolsonaro foi categórico na réplica: “Não será comprada”.