Para encerrar a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que teve início em 20 de novembro, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Políticas para a Mulher e da Secretaria Municipal Especial de Segurança e Defesa Social, em parceria com a Agetran e o Consórcio Guaicurus, realizou nesta segunda-feira (10) um ato no Terminal Morenão, para divulgar as ações de combate ao abuso sexual dentro do transporte público coletivo.
Pelo menos 100 mil pessoas utilizam o transporte público coletivo todos os dias, em Campo Grande. Intitulada “O transporte é público, o meu corpo não!”, a campanha reforça o direito das mulheres de não serem importunadas. “Estamos aqui mais uma vez, para reforçar o direito de ir e vir de todas as mulheres, com segurança, com respeito e com dignidade. Não podemos aceitar nenhum tipo de abuso. O transporte coletivo é um direito de todas as pessoas e não podemos aceitar que as mulheres sejam vítimas de abuso, seja no ônibus ou em qualquer outro espaço coletivo”, disse a subsecretária de Políticas para a Mulher, Maritza Cogo.
A chefe da Divisão da Patrulha Maria da Penha (vincula a Sesdes), Nelis Brauna, ressalta a importância da divulgação dos canais disponíveis para denúncia no caso de abusos. “Essa campanha é fundamental, pois somente com o conhecimento e as informações necessárias sobre seus direitos e a rede que as protegem, as mulheres se sentirão seguras para denunciar. Muitas vezes, as vítimas acabam não buscando ajuda por não saberem a quem recorrer. Essa campanha visa justamente isso, tornar o atendimento eficiente, objetivo e rápido”.
Ao lembrar que a atual administração municipal tem intensificado a abordagem nos terminais de ônibus, o secretário de Segurança e Defesa Social, Valério Azambuja, destaca que a população está tomando consciência de que hoje o poder público está presente para protegê-la.
“As medidas que estamos tomando, somadas às ações e campanhas como essa de hoje, estão dando resultados bastante positivos. A partir de o momento em que as pessoas denunciam e os casos começam a aparecer e, as pessoas entendem que estão sendo observadas dentro dos ônibus, é natural que esses tipo de abusos, de cunho sexual, tende a diminuir ou até mesmo acabar. Quando uma mulher se sentir incomodada ou alguém observar um comportamento suspeito dentro do transporte coletivo, deve imediatamente comunicar o motorista que, irá acionar a polícia municipal ou a polícia, através dos números 153 ou 190, e encaminhar o suspeito para que sejam tomadas as medidas cabíveis”, informa Azambuja.
A dona de casa Maria Aladir Rodrigues, 66 anos, disse que já se sentiu ‘incomodada’ dentro do ônibus por causa do comportamento de outro usuário e, mesmo assim, não comunicou sobre o ocorrido, por não saber a quem buscar. “Eu simplesmente desci antes do meu ponto para me livrar daquela situação. Infelizmente as pessoas acabam se calando nessas situações e não buscam justiça. Acho importante a divulgação desses canais de denúncia para que seja mais fácil a pessoa fazer a denúncia no momento que o fato ocorre”.
Já a professora Marli Leme, 60 anos, disse que nunca passou por esse tipo de situação, porém, conhece muitos casos de abusos ocorridos dentro dos ônibus e que se sente insegura em algumas viagens. “Quando eu percebo algo estranho eu já me afasto para não dar chance de acontecer nada desagradável. Fico o tempo todo atenta. Mas sei que às vezes isso acontece quando menos esperamos e por isso tantas mulheres são vítimas desses abusos. Acredito que a prefeitura está agindo na hora certa e informando a população de que essas situações não ficaram impunes”.
A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, teve sua primeira edição em 1991 e já conquistou a adesão de 160 países desde então. No Brasil, a Campanha começou a ser realizada em 2003.
O ato no Terminal Morenão contou com a presençae participação do diretor do Consórcio Guaicurus, João Resende.
Fonte: Assessoria PMCG
Foto: Divulgação