Aconteceu na tarde desta terça-feira (12) a primeira audiência sobre a morte do ex-superintendente de gestão de informações do governo do Estado, Daniel Nantes Abuchaim, de 46 anos. Mesmo sem poder falar, a principal suspeita do crime, Fernanda Aparecida da Silva Sylvério, de 28 anos, insistiu em sua inocência, e mais de uma vez, afirmou que participou do crime sob ameaça.
Oito testemunhas, cinco delas investigadores da Polícia Civil e três funcionários do motel em que o crime aconteceu – no dia 19 de novembro – foram ao fórum de Campo Grande nesta tarde para prestar depoimento ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
O dia estava reservado para as testemunhas de acusação, convocadas pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), mas ainda assim Fernanda usou a oportunidade para declarar sua inocência diante do juiz. Entre um depoimento e outro, a acusada reagia, reafirmava que foi ameaçada para participar do crime e que não tinha matado Daniel.
“Não fui eu senhor. Não tenho parte em nada disso”, disse antes mesmo da audiência começar e a primeira testemunha ser ouvida. Sentada no canto da sala, com o uniforme do Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, Fernanda chorou enquanto ouvia detalhes da investigação narradas pelos policiais da 3ª Delegacia de Polícia Civil.
Concordava quando as testemunhas afirmavam que era impossível só uma pessoa ter assassinado Daniel e reforçava que era ameaçada, até que o juiz, a pedido do promotor do caso Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, intervir na situação e avisar a Fernanda que ela estava ali apenas para acompanhar os depoimentos.
“Sou inocente doutor”, afirmou ainda assim, com as mãos juntas, em um claro sinal de suplica, antes de deixar a sala de audiência após os oito depoimentos e ser escoltada por policiais militares de volta ao presídio.
Daniel foi assassinado no dia 19 de novembro de 2018 (Foto: Arquivo pessoal)
Os depoimentos – Os cinco primeiros depoimentos da tarde foram de investigadores da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande e também do GOI (Grupo de Operações e Investigações), que participaram diretamente das investigações sobre a morte do ex-superintendente.
Os investigadores detalharam ao juiz, ao promotor e ao advogado de defesa, como Daniel foi encontrado e como chegaram ao nome de Fernanda. Lembraram que a toalha enrolada no corpo da vítima e os pés enrugados pelo contado com água levaram as equipes ao motel em que o crime aconteceu.
Descreveram as imagens apreendidas pela polícia na casa da vítima, que mostravam o encontro entre Daniel e Fernanda e a presença dos dois no motel. Afirmaram que com ajuda de reagentes encontraram vestígios de sangue por todo o quarto do estabelecimento, principalmente no banheiro, onde acreditam que houve o esgotamento de sangue do corpo da vítima.
Fonte: Campograndenews
Foto: Kisie Ainoã