Técnico do Santos critica proposta da CBF de iniciar Brasileirão em agosto

O técnico Jesualdo Ferreira, do Santos, desaprova a proposta da CBF de iniciar o Campeonato Brasileiro em agosto. O treinador português entende que alguns times que já voltaram a treinar levarão vantagem no começo da disputa da principal competição nacional.

“No momento atual, com vários estados e diversos clubes com diferenças na preparação, isso também será um problema. E com equipes de primeira divisão, ainda mais qualificadas. Pela proposta da CBF, que quer começar o Campeonato Brasileiro dia 8 ou 9 de agosto, iniciaríamos com muitos estágios diferentes, que, sob o ponto de vista desportivo, é bastante negativo”, avaliou Jesualdo.

O técnico do Santos avalia que algumas equipes sairão na frente porque já voltaram a treinar e até a jogar, casos dos times da primeira divisão do Campeonato Carioca. Os clubes paulistas, por sua vez, só obtiveram autorização do governo estadual para retomar os treinos presenciais a partir da próxima quarta-feira, 1º de julho. Dessa maneira, Jesualdo pede que haja igualdade na preparação dos 20 clubes do Brasileirão.

“Toda competição esportiva deve partir de um mesmo princípio: igualdade. As diferenças vão existir de qualquer forma, mas, pelo menos, que se possa diminuir um pouco e sejam amenizadas as dificuldades das equipes que começaram a treinar apenas após a liberação das autoridades”, analisou o comandante santista.

O treinador diz temer não só pela condição física dos atletas, mas também pela saúde mental. Sua outra preocupação é com a segurança dos jogadores e todos os outros profissionais envolvidos no retorno do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus.

“Eu temo pela saúde dos jogadores. Além da questão física, tudo isso que está acontecendo tem uma carga emotiva muito grande, mesmo cumprindo todos os protocolos de segurança”, afirmou o português. “Qualquer profissional que esteja envolvido no futebol precisa ter o máximo de garantias para que possa participar das atividades de forma segura. Então, quanto mais pudermos fazer o tipo de trabalho que estamos promovendo, que é muito controlado, melhor para nós, melhor para o futebol e melhor para os jogadores, que poderão voltar aos campos com segurança e em alto nível. Diminuir os riscos é nossa obrigação”, completou.