Foi identificado como Guilherme Souza Camargo, de 28 anos, o segundo indivíduo morto em confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, após roubo de veículo ocorrido na noite de sexta-feira (22), em Campo Grande. Ele foi reconhecido pela tia que compareceu ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) neste sábado (22) e conversou com a perícia.
Guilherme e o comparsa Gustavo Silva dos Santos, de 23 anos, também morto no confronto, são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubos de veículos mediante sequestro e cárcere privado, supostamente coordenada por uma mulher conhecida como ‘Madrinha’ do PCC (Primeiro Comando da Capital). Os automóveis cooptados pelo bando são levados para a fronteira.
O roubo
Conforme boletim de ocorrência, os fatos tiveram início quando as vítimas, um homem de 35 anos e uma mulher de 26 anos, conversavam dentro de um automóvel Hyundai Elantra na frente de uma residência localizada na Vila Piratininga, na noite de sexta, nas proximidades da 5ª Delegacia de Polícia Civil. Apesar de estarem em via pública, as vítimas acreditavam que ficariam seguras, tendo em vista que se encontravam nas imediações de uma unidade policial.
O casal não imaginava que algum criminoso pudesse tentar algo naquele local. No entanto, por volta das 23 horas eles viram os dois suspeitos se aproximando pela rua, momento em que os indivíduos passaram pela frente do carro e chegaram anunciando o assalto. Eles exigiram a chave, tomaram aliança e uma corrente e chegaram a revistar o motorista, para conferir se ele poderia estar armado. Na sequência, mandaram as vítimas sair do Elantra e fugiram.
O casal percebeu que enquanto os indivíduos agiam, um automóvel modelo hatch trafegava devagar, como se estivesse dando suporte. A polícia foi informada do ocorrido e, na Rua Estevão Alves Ribeiro, as equipes do Choque se depararam com o Elantra, solicitaram apoio e passaram a acompanhar o automóvel. Porém, percebendo que estavam sendo seguidos, os bandidos abandonaram o carro e começaram a fugir a pé, dando início à perseguição.
Guilherme, ao ser surpreendido pelos policiais, não obedeceu ordem para se render, sacou uma arma de fogo e supostamente apontou para a direção da equipe, que revidou, atingindo-o com quatro disparos no tórax. A PM afirma que tal medida se fez necessária para repelir a agressão e preservar os militares. O baleado foi socorrido até o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.
Ele portava um revólver da marca Taurus completamente municiado. As equipes continuaram as buscas pelo segundo envolvido, identificado como Gustavo Silva, que foi encontrado nas proximidades do Parque Ecológico Anhanduizinho. Ao ser cercado em um terreno baldio, ele teria disparado contra os policiais, sendo baleado em revide. Assim como o comparsa, Gustavo também foi socorrido, mas não resistiu.
Contra ele havia mandado de prisão em aberto e foi encontrado com ele um revólver calibre 38 da marca Taurus, com numeração raspada, municiado com cinco projéteis, dos quais dois haviam sido deflagrados e um não teria percutido. O carro das vítimas foi apreendido e encaminhado à Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos). Como procedimento padrão, os policiais também entregaram armas para perícia. As investigações continuam.