Funcionários dos Correios em todo o Brasil entraram em greve na segunda-feira (17). De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT), a paralisação é por tempo indeterminado e os trabalhadores protestam contra a privatização da empresa, “a perda de direitos” e a “negligência com a saúde dos trabalhadores em relação à covid-19”.
“O governo Bolsonaro busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais do país, que conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce que cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a economia. Privatizar é impedir que milhares de pessoas possam ter acesso a esse serviço nos rincões desse país, de norte a sul, com custo muito inferior aos aplicados por outras empresas”, diz José Rivaldo da Silva, secretário geral da FENTECT.
José Rivaldo também critica a direção dos Correios e diz que a ECT “retirou direitos em plena pandemia e empurrou milhares de trabalhadores a uma greve na pior crise que o país vive. Perdemos muitos companheiros para a covid-19 em função do descaso e negligência da empresa”.
Ainda segundo a FENTECT, entre outros benefícios, foram cortados o plano de saúde, o vale cultura e o auxílio de dependentes com deficiência. Também houve alteração na data do pagamento e no vale-alimentação.
Os Correios afirmaram por meio de nota que “não pretendem suprimir direitos dos empregados”. A empresa diz ainda que a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção é da ordem de R$ 600 milhões anuais. “As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”.