Vander Loubet teria “aliança informal” com prefeita da Capital, Adriane Lopes

De olho em disputar uma das duas vagas para o Senado nas eleições de 2026, o deputado federal Vander Loubet (PT), atual coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, teria fechado, desde maio do ano passado, uma “aliança informal” com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota).

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o acordo paralelo consistiria no apoio mútuo entre Vander Loubet e o marido de Adriane, deputado estadual Lidio Lopes, nas campanhas eleitorais do ano passado para a Câmara dos Deputados e para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), respectivamente.

Além disso, o deputado federal atuaria junto da bancada federal para a viabilização de recursos para a Prefeitura Municipal de Campo Grande, e, em troca, Adriane Lopes abrigaria como comissionados no Executivo municipal pelo menos 40 nomes de pessoas de confiança do parlamentar petista.

Com a vitória de ambos nas eleições gerais do ano passado, o acordo teria sido renovado e a nova “configuração” reforçou a viabilização de recursos para a prefeitura municipal com a bancada federal, pois Vander Loubet assumiu a coordenadoria, o que tornaria a tarefa ainda mais cômoda.

O parlamentar também teria se comprometido a tentar viabilizar recursos federais com a gestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também saiu vitorioso do pleito passado.

A contrapartida do grupo da prefeita e do marido dela seria ajudar na caminhada de Vander Loubet rumo ao Senado em 2026, um sonho antigo do petista e que já foi externado para a imprensa neste ano, quando afirmou que não pretende mais tentar a reeleição para deputado federal em 2026.

Na relação dos 40 nomes de confiança de Vander Loubet que estariam ocupando cargos na prefeitura da Capital estão: a atual secretária municipal de Cultura e Turismo, Mara Bethânia Bastos Gurgel de Menezes; o subsecretário municipal do Procon de Campo Grande, Cleiton Thiago Almeida Pereira; e o assessor especial Darci Caldo, lotado no gabinete da prefeita Adriane Lopes.

As mesmas fontes garantiram ao Correio do Estado que o articulador de Vander Loubet com o grupo de Adriane Lopes e Lidio Lopes na prefeitura da Capital seria o empresário e jornalista Emidio Milas, que tem uma forte ligação com o PT desde o período em que o deputado estadual Zeca do PT governou Mato Grosso do Sul por dois mandatos.

Essa “aliança informal” da prefeita Adriane Lopes com Vander Loubet ficou tão forte que a mandatária não temeria nem o risco de ter a “torneira” de recursos federais fechada para a prefeitura, depois que veio a público o suposto convite do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro para que a chefe do Executivo se filie ao PL e venha a disputar a reeleição pelo partido em 2024.

De acordo com essas fontes, o acordo é entre Vander Loubet e o grupo de Adriane Lopes e Lidio Lopes, não envolvendo o PT de Mato Grosso do Sul, ou seja, seria uma negociação entre os três, sem a participação do partido, portanto, não há risco de uma possível migração do casal para o PL afetar essa relação política.

O deputado federal Vander Loubet disse ao Correio do Estado que não existe essa “aliança informal”.

“O que existiu é que tínhamos grupos de apoiadores em comum que atuaram tanto na minha campanha quanto na do Lidio, assim como aconteceu com outros candidatos de fora do PT, como o Paulo Corrêa, por exemplo. E o que existe atualmente é uma relação institucional com a prefeita Adriane, uma relação de deputado federal e prefeita, assim como mantenho com outros prefeitos”, garantiu.

Sobre a questão dos cargos, o parlamentar reforçou que essa informação não procede.

“O que existe são funcionários da prefeitura que me apoiaram em 2022, mas que são servidores de carreira ou nomeados que já faziam parte da gestão do ex-prefeito Marquinhos [PSD] ou da gestão da prefeita Adriane”, argumentou.

A prefeita Adriane Lopes também negou a existência de uma “aliança informal”.

“O deputado Vander Loubet, como líder da bancada federal, tem se colocado à disposição de tentar viabilizar recursos para Campo Grande e, assim, firmar uma parceria para a gestão e não existe essa exigência de espaço na gestão municipal. Trabalhamos em consonância pelas pautas de interesse da Capital”, declarou.