Vereadores repudiam atos que pedem golpe militar em Campo Grande

Vereadores de Campo Grande, em sua maioria, repudiaram os atos antidemocráticos e que pedem golpe militar ocorridos em Campo Grande durante a sessão desta quinta-feira (3). Manifestantes bolsonaristas pedem “intervenção militar” após derrota de Jair Bolsonaro (PL), nas urnas. E inclusive, com participação do vereador do Patriota, Sandro Benites.

Como já publicado (clique aqui para ver), Benites ontem  (2), pediu ajuda a um comandante, chamou Lula de narcotraficante e fez coro em oração aos manifestantes inconformados com o resultado das urnas. O vereador eleito democraticamente avalizou os pedidos de golpe militar.

Sobre o assunto, o presidente da Câmara disse que se surpreendeu pela pauta dos manifestantes, e repudiou atos que são contra democracia. Ele lembrou aos vereadores eleitos através desse sistema.

“Estamos com mandato avalizado pelos eleitores em 2020. Imagina, se os outros 800 candidatos a vereadores daquele ano viessem aqui e pedissem para anular a eleição? Nós não estaríamos aqui. Pedem para anular a eleição, mas se fosse isso, teria de anular eleição dos deputados federais, dos senadores e dos governadores. Até porque ninguém foi diplomado ainda”, citou como exemplo Carlão.

Carlão comentou que os resultados devem ser respeitados e também se posicionou sobre o seu voto.

“Nunca tinha votado no PT, e na outra eleição tinha votado em Bolsonaro, mas nessa votei no Lula porque o Bolsonaro me entristeceu e não tomou medidas que eu achasse necessárias. Eu perdi assessor, perdi parentes, então, a maneira com que ele tratou as pessoas não me agradou. Mas se o Lula fazer uma presidência ruim, chegar lá na frente a gente pode votar no Bolsonaro de novo. Democracia é isso. 

(Carlão defendeu a democracia. Foto: Reprodução Facebook)

João Rocha (PP), destaca que o mundo já reconheceu a democracia do País, e que isso não pode ser tirado.

“Livremente fomos as urnas e todos fizeram suas escolhas, mas o grande problema é que quando o Legislativo e o Executivo não falam a mesma língua e entram em contraditório, o poder Judiciário é acionado. E a democracia, é isso. Somos vereadores legitimamente eleitos, e temos de contribuir para que a democracia seja solidificada. Manifestação é legítima, mas precisamos tomar cuidados com as pautas, e jamais retroceder ao avanço democrático que o País tem.”

O vereador Betinho (Republicanos), disse que votou em Bolsonaro, e foi convidado para ir à manifestação, porém se recusou pela pauta de defesa ser “intervenção militar”, e que na visão dele não é constitucional.

O Professor André Luis (Rede) usou a Tribuna e destacou que é grave as pautas defendidas pelos manifestantes.

“Eu falo golpe militar porque uma coisa é fazer uma passeata ‘fora Dilma’, outra coisa é golpe militar. Porque não há previsão de intervenção militar na Constituição e apologia ao golpe é previsto como crime de responsabilidade no Brasil”, disse o vereador Professor André Luis (Rede), que também citou projeto de lei que corre no Congresso que criminaliza pedidos de ditadura ou comemoram a ditadura militar.
Para o vereador, a liberdade de expressão não pode ser convocada para discursos golpistas.

(Vereador André Luis alertou que pedido de golpe é crime. Foto: Facebook)

“Sou professor de história, e não dá para acreditar nesse retrocesso. O povo pedindo ditadura militar, intervenção militar, o que que é isso? Aceitem o processo eleitoral”, disse o vereador Professor Juari (PSDB).

“Precisamos enquanto essa Casa cobrar posição dos demais Poderes posições em relação às pessoas que atentam contra a democracia”, disse Camila Jara (PT).

Fonte Topmidianews!